segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Imigrações atuais no Brasil

GEOGRAFIA As imigrações atuais no Brasil vêm expandindo-se exponencialmente ao longo dos últimos anos, revelando um novo cenário demográfico no país.





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A busca por melhores condições vem motivando a chegada de muitos estrangeiros ao Brasil
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A história sempre narrou diversos ciclos de imigrações para o Brasil, seja durante o período de colonização, seja durante os tempos posteriores. Ao longo dos séculos, vários povos ocuparam o nosso país, a maioria formada por europeus, mas também chineses, japoneses, latino-americanos, entre outros. No entanto, podemos dizer que o Brasil vive um novo momento no que diz respeito ao tema das imigrações internacionais.

Ao longo dos últimos anos, houve um movimento crescente de grupos estrangeiros no Brasil, advindos tanto de países desenvolvidos quanto de países subdesenvolvidos. Segundo dados do Conare (Comitê Nacional para Refugiados) e do Ministério da Justiça, só entre os anos de 2010 e 2012, o número de pessoas pedindo refúgio para o Brasil triplicou.

A tendência é que as imigrações atuais no Brasil continuem aumentando, sobretudo de populações advindas de países subdesenvolvidos ou com uma precária situação econômica, além de povos de regiões marcadas por grandes conflitos, com destaque para povos da Palestina.


Nos últimos anos, uma grande leva de haitianos veio para o Brasil, através da Amazônia, em busca de emprego e melhores condições de vida. Durante a Copa do Mundo de 2014, o mesmo processo ocorreu, destacando-se os imigrantes oriundos de Gana, que se deslocaram para o Brasil em função do torneio, mas não retornaram para o seu país de origem. Outros países que se destacaram no envio de imigrantes foram Bangladesh, Senegal, Angola, entre outros.

Da mesma forma que o número de estrangeiros no Brasil vem aumentando, o número de brasileiros no exterior vem diminuindo. Entre 2004 e 2012, a presença de brasileiros fora do país caiu pela metade, de 4 milhões para 2 milhões, com o principal destino de moradia sendo Portugal.

O que se percebe é que as recentes evoluções do Brasil no cenário econômico, além da relativa prosperidade dos países emergentes frente à crise financeira no mundo desenvolvido, vêm contribuindo para que países em desenvolvimento – principalmente os do grupo do BRICS – tornem-se lugares atrativos para as rotas migratórias internacionais.

Mas a expansão das imigrações atuais no Brasil vem acompanhada por uma série de fatores, a saber:

a) aumento da xenofobia: o Brasil, apesar de sua internacionalmente reconhecida receptividade, vem aumentando os casos de xenofobia, sobretudo para com as populações advindas de países subdesenvolvidos. Para parte da população, os grupos estrangeiros trazem doenças, “roubam” vagas de empregos e “ameaçam” a identidade cultural do país. O curioso é que esses argumentos são semelhantes aos impostos aos brasileiros no exterior, notadamente na Europa.

b) condições de vida precárias: muitos dos estrangeiros no Brasil sofrem com as precárias condições de vida que aqui encontram, sobretudo no momento em que chegam, quando ainda não dispõem de emprego, moradia, comida e dinheiro, além de sequer conhecerem o idioma português. Isso demanda maiores esforços das autoridades para atender as necessidades básicas desses povos, a fim de que condições básicas de direitos humanos sejam cumpridas. Não são poucos os casos de trabalhos análogos ao escravo praticados no país, sobretudo com migrantes haitianos na região Norte.


Imigrantes haitianos alojados em um abrigo improvisado no Acre, em janeiro de 2014 *

c) aumento do tráfico de pessoas: com o Brasil tornando-se um novo centro de atração de imigrantes ilegais, aumenta o número de tráfico de pessoas. Atualmente, os principais esforços do governo brasileiro é de investigar e punir a prática desses grupos, que além de cobrarem alto pela “ajuda” na imigração ilegal, cometem vários crimes contra os direitos humanos durante o percurso.

Muitas pessoas imaginam que os imigrantes sejam prejudiciais para a economia, sobretudo no sentido de elevar o desemprego, mas isso não é totalmente uma verdade. Em muitos casos, registra-se a presença de imigrantes com formação em nível superior ocupando cargos que muitas vezes ficam ociosos por aqui por falta de capacitação técnica, embora o número de pessoas com formação superior no Brasil tenha aumentado significativamente na última década. Além disso, mesmo com o aumento de imigrantes, o desemprego no Brasil vem caindo nos últimos tempos.

Apesar de ser necessário o estabelecimento de um maior controle sobre o número de imigrações atuais no Brasil, além de um maior empenho no combate a quadrilhas de tráfico de pessoas, é preciso também atender as necessidades básicas daqueles que aqui chegam. Um exemplo é o caso dos migrantes advindos do Haiti: eles não poderiam permanecer no Brasil segundo nossas leis de imigração, mas muitos receberam vistos humanitários, haja vista que uma deportação em massa e imediata poderia transformar-se em um terrível crime de violação aos Direitos Humanos.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Suiça facilita cidadania para netos de imigrantes




Eleitora vota nos vários referendos de ontem depois de ir à missa em Obersaxen Meierhof

| EPA/BENJAMIN MANSER

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Eleitores abrem caminho à naturalização dos imigrantes de terceira geração, mas rejeitam baixar impostos sobre as empresas

Após três tentativas falhadas em 35 anos para abrir as portas da nacionalidade suíça (incluindo uma que dava automaticamente a cidadania aos imigrantes de terceira geração), os eleitores aprovaram ontem em referendo o aligeirar do processo que permitirá naturalizar 25 mil pessoas que não são suíças mesmo tendo nascido na Suíça. A decisão surge apesar da campanha da extrema-direita, que incluía uma mulher de niqab (traje islâmico que deixa só os olhos a descoberto), alertar para o risco de islamização - quando na realidade a maioria dos beneficiados serão descendentes de italianos.

O "não" à decisão governamental que contava com o apoio do Parlamento de facilitar o processo de naturalização só ganhou ao "sim" em seis dos 26 cantões suíços, tendo sido aprovada por 60,4% do eleitorado. Desta forma, quando a lei entrar em vigor, a terceira geração de imigrantes nascida na Suíça não vai precisar de fazer testes ou ir a entrevistas com as autoridades locais, para provar que está integrada no país onde nasceu e sempre viveu.

Para os opositores à proposta, nomeadamente o Partido Popular Suíço (extrema-direita), esta é só a primeira fase de um plano para dar a cidadania a todos os imigrantes, que representam 25% da população. O partido, o maior na câmara baixa do Parlamento, alertou para o risco de "excesso de população estrangeira e aumento massivo nomeadamente do número de muçulmanos". O deputado Jean-Luc Addor deixou o aviso: "Numa ou duas gerações, quem serão eles, estes estrangeiros de terceira geração? Já não serão italianos, espanhóis ou portugueses."
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Segundo dados de dezembro do Instituto Federal de Estatísticas da Suíça, os portugueses eram em 2016 o terceiro maior grupo de imigrantes a viver no país - quase 270 mil, atrás dos italianos (318 mil) e dos alemães (304 mil). No ano passado, 3927 portugueses conseguiram a nacionalidade suíça. A decisão de facilitar agora o processo beneficiará principalmente descendentes de italianos, mas também de turcos e de imigrantes dos Balcãs, segundo os cálculos do governo.

Mas a questão da naturalização não foi a única a ir ontem a votos na Suíça. E a vitória do governo neste tema não reduz o impacto da derrota na imposição de benefícios fiscais para as empresas. O objetivo da reforma fiscal que foi rejeitada por 59,1% dos eleitores suíços era nivelar os impostos para as empresas nacionais e estrangeiras, como prometido à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

A Suíça é há anos alvo das críticas da União Europeia porque os cantões têm um estatuto fiscal específico para as empresas estrangeiras, que significa que algumas não pagam nada além dos impostos federais de 7,8%. Para tentar compensar o facto de aumentar os impostos a estas empresas, o governo propunha benefícios fiscais ligados, por exemplo, ao desenvolvimento de patentes e muitos cantões planeavam reduzir as taxas para todas as empresas de forma a dissuadir as multinacionais de partir.

"Existe agora o verdadeiro perigo de a Suíça desaparecer do radar das empresas internacionais", reagiu o ministro das Finanças, Ueli Maurer, numa conferência de imprensa. A decisão afeta 24 mil empresas estabelecidas na Suíça, empregando 150 mil pessoas e que valem quase metade das taxas corporativas federais. O campo do "não" argumentava que a quebra da receita fiscal teria de ser compensada pelo contribuinte.

P&R

Mas quem nasce na Suíça não é logo suíço?

› Não. A cidadania na Suíça é determinada pela nacionalidade dos pais da criança e não pelo local de nascimento. Assim, por exemplo, os filhos de imigrantes portugueses que nasçam na Suíça são portugueses e não automaticamente suíços. Só quem tem a nacionalidade pode votar e participar na democracia direta que caracteriza este país.

E não podem obter a nacionalidade?

› Até agora, os não suíços tinham de esperar até aos 12 anos para pedir a nacionalidade, num processo que implicava fazer testes, ir a entrevistas com as autoridades locais (em que podem ser chamados a mostrar o conhecimento sobre queijos ou montanhas suíças ou até a sua habilidade para o esqui) e o pagamento de milhares de francos em taxas.

E o que muda a partir deste referendo?

› A ideia é facilitar o processo aos imigrantes de terceira geração, diminuindo também os custos (máximo 900 francos). Os candidatos têm de ter nascido na Suíça e ter entre 9 e 25 anos - aqueles até aos 35 anos terão um regime transitório, mas o limite de idade é para evitar fugas ao serviço militar obrigatório. Têm ainda de ter pelo menos cinco anos de escolaridade obrigatória no país, tal como um dos pais, que deve além disso ter autorização de residência e ter vivido pelo menos dez anos na Suíça. Um dos avós tem de ter nascido no país ou provar de forma credível que ali viveu. O candidato continua a ter de dominar uma das quatro línguas nacionais (alemão, italiano, francês e romanche) e respeitar a Constituição.

Quantas pessoas são abrangidas?

› De acordo com os cálculos do governo, pouco menos de 25 mil pessoas poderão agora pedir a nacionalidade através deste processo mais fácil - a maioria descendentes de imigrantes de Itália, mas também da Turquia e dos Balcãs. Todos os anos, estima-se que haja 2300 novos casos.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Quem são os agentes que podem barrar a entrada de viajantes nos EUA?



Agente da "Customs and Border Protection" no porto de entrada em San Diego, EUA, na fronteira com o México

Funcionários da alfândega e proteção de fronteira dos EUA (Customs and Border Protection) serão as peças-chave para colocar o veto migratório do presidente Donal Trump em funcionamento a partir desta quinta-feira (29), afetando viajantes de seis países de maioria muçulmana.

Eles são funcionários vestidos de azul que estão posicionados em aeroportos e postos de fronteira permitindo ou não a entrada de pessoas nos EUA. Eles carimbam passaportes, inspecionam documentos, confiscam drogas e outros itens ilícitos e comprovam se pertences e bagagens estão apropriadamente declarados.

Os funcionários foram envolvidos no caos quando a primeira versão do veto migratório de Trump entrou em vigor em janeiro, forçando-os a recusar viajantes com vistos que, mais tarde, foram permitidos a entrar. Eles estarão na linha de frente novamente com a entrada em vigor do novo veto que afeta visitantes da Síria, Sudão, Somália, Líbia, Irã e Iêmen.

Na segunda-feira, os juízes da mais alta corte do país limitaram o alcance desse decreto, adotado com a justificativa de impedir a chegada de "terroristas".

O que é a "Customs and Border Protection"?

A agência foi criada como parte do Departamento de Segurança Interna em 2003 após os ataques de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center e ao Pentágono. Sua maior divisão -- o escritório de Operações de Campo -- admite entrada de pessoas e bens em 328 aeroportos, postos em terra e portos marítimos. Eles admitem 390 milhões de viajantes durante o ano fiscal, que termina em 30 de setembro, incluindo 119 milhões em aeroportos.

Muito do trabalho feito pela agência é na fronteira entre EUA e México.

O ponto mais movimentado de entrada é em San Ysidro, em San Diego, com Tijuana, no México, com 31,8 milhões de admissões durante o período dos últimos 12 meses, uma média de 87 mil por dia. El Paso, no Texas, que faz fronteira com Ciudad Juarez, no México, é o segundo mais movimentado, com 28,8 milhões de admissões, seguido por Otay Mesa, em San Diego (17,8 milhões), Laredo, no Texas (17,7 milhões), e o aeroporto internacional John F. Kennedy, em Nova York (15,9 milhões).

O veto migratório deve afetar mais os aeroportos porque é como os visitantes dos seis países geralmente chegam. Além do JFK, os únicos aeroportos que estão entre os 20 pontos mais movimentados em número de passageiros são o Internacional de Miami (11º), Internacional de Los Angeles (12º) e o Internacional de San Francisco (20º).
Como os funcionários vão aplicar o veto migratório?

A administração Trump divulgou na quarta-feira (28) novos critérios para a aplicação de vistos para os seis países e todos os refugiados que alegarem um vínculo "próximo" com família ou negócios nos EUA.

Vistos que já tiverem sido aprovados não vão ser anulados, mas instruções publicadas pelo Departamento do Estado dizem que novos formulários para os seis países devem provar uma relação com pais, cônjuges, criança, filho ou filha adulto, genro, nora, irmão ou irmã já nos EUA para terem a entrada permitida. O mesmo requerimento com algumas exceções deve ser aplicada para requerentes a refugiado de todas as nações que ainda aguardam aprovação para admissão nos EUA.

Avós, netos, tias, tios, sobrinhos, primos, cunhados (as), noivos ou noivas ou outros membros mais distantes da família não são considerados de relação próxima, de acordo com o guia que foi publicado em um cabo (documento diplomático) enviado para todas as embaixadas e consulados dos EUA na quarta-feira (28). As novas regras entram em vigor às 20h no fuso EDT (21h de Brasília), de acordo com o cabo.

Se algum viajante de um dos seis países chegar sem um visto e tiver um motivo para questionar a validade de seus documentos, a tarefa deverá recair ao Departamento de Estado, mas funcionários da alfândega e proteção de fronteira podem ser envolvidos.
Quais atividades ilegais os funcionários podem encontrar?

Inicialmente, os agentes procuram drogas ilícitas e param pessoas que tentam entrar no país ilegalmente.

Drogas -- de forma crescente heroína e metanfetamina -- são mais comuns serem traficados para os EUA por carro pela fronteira com o México. Pessoas entram ilegalmente escondendo a droga no carro ou usando documentos de viagem de outra pessoa.

Os agentes negaram a admissão 274.821 vezes em aeroportos, postos terrestres e portos marítimos durante o último ano fiscal. O número representa um aumento de 8% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Foram confiscados 257 toneladas de maconha, 26,3 toneladas de cocaína, 18,8 toneladas de metanfetamina e 2,1 toneladas de heroína.

Uma estimativa de 40% das pessoas estão no país ilegalmente por ter o visto vencido. Uma das prioridades da agência é rastrear melhor essas pessoas. A ausência de um sistema para as pessoas assinalarem quando elas deixam o país deixa o empreendimento difícil e caro. O Departamento de Segurança Interna disse em maio que cerca de 740 mil estrangeiros estavam com o visto vencido no último ano fiscal, mas esse número só se refere àqueles que chegaram por avião ou navio.
Qual a diferença com a patrulha de fronteira?

A patrulha de fronteira (Border Control) é outra divisão dentro da agência. Agentes da "Customs and Border Protection" vestem uniformes azuis e patrulham portos de entrada. Agentes da "Border Patrol" trabalham em áreas entre os portos de entrada e vestem uniformes verdes.

A "Customs and Border Protection" é a maior agência de policiamento do país, com 60 mil empregados e um orçamento anual de US$ 13,5 bilhões (cerca de R$ 44,5 bilhões). Trump pediu um aumento de 21% nos gastos no setor, parcialmente para a construção de um muro na fronteira com o México e para contratar mais agentes para a "Border Patrol".
Como se contrata o pessoal?

A administração Trump disse este mês que há 1.400 vagas para funcionários nos portos de entrada. A "Customs and Border Protection" tem dificuldades para preencher as vagas porque um número alto de candidatos fracassa ao passar por um polígrafo (aparelho detector de mentiras), que é um requisito para a contratação desde 2012. Um funcionário disse recentemente que 75% dos candidatos fracassam nessa etapa, quase o dobro da média entre as agências de segurança dos EUA.

Uma lei aprovada na Câmara dos Representantes (câmara dos deputados dos EUA) este mês pede para tirar a exigência do polígrafo para veteranos e outros candidatos. A "Customs and Border Protection" disse recentemente que está "aliviando" alguns testes de condicionamento físico e de linguagem para poder contratar.

O governo Trump disse que quer aumentar a "Border Patrol" em 5.000 agentes, mas não propôs nenhum aumento de funcionários para aeroportos, postos terrestres e portos marítimos.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Em 10 anos,número de imigrantes aumenta em 160% no Brasil,diz Polícia Federal


O haitiano Louides Charles, 38, trabalha na construção civil no Brasil e fundou uma banda que toca músicas de seu país (Foto: Marcelo Brandt/G1)

O número de imigrantes registrados pela Polícia Federal aumentou 160% em dez anos. Segundo dados da PF, 117.745 estrangeiros deram entrada no país em 2015 – um aumento de 2,6 vezes em relação a 2006 (45.124).

Neste sábado, é comemorado o Dia do Imigrante. Para mostrar a evolução da imigração no Brasil, o G1 fez um mapa que exibe a chegada dos estrangeiros de 1884 a 2014. VEJA O MAPA


Imigração no Brasil
Número de imigrantes registrados pela PF por ano
45.12439.67940.12887.98754.87674.94399.038107.989119.431117.745Ano 2006Ano 2007Ano 2008Ano 2009Ano 2010Ano 2011Ano 2012Ano 2013Ano 2014Ano 20150k50k100k150k
Fonte: Polícia Federal

Em 2015, os haitianos lideraram o ranking de chegada ao país pelo segundo ano consecutivo, de acordo com os dados da Polícia Federal. Foram 14.535 haitianos registrados pela PF. A nacionalidade é a que mais se destaca pelo crescimento nos últimos cinco anos. Em 2011, segundo a PF, apenas 481 haitianos deram entrada no país – ou seja, houve um aumento de mais de 30 vezes.

Os bolivianos também mantiveram a posição de 2014 para 2015: o segundo lugar. Foram 8.407 registros no país no ano passado, o que representa uma queda de 32% em relação aos dados de 2011, quando 12.465 bolivianos entraram no Brasil. Em 2015, eles são seguidos pelos colombianos (7.653), argentinos (6.147), chineses (5.798), portugueses (4.861) paraguaios (4.841) e norte-americanos (4.747).

Mercado de trabalho
Segundo a pesquisadora e socióloga Patrícia Villen, entre 2006 e 2014, é nítido o aumento crescente de imigrantes, em parte explicado pelo momento econômico do Brasil. "Existe uma centralidade para entender esse movimento: olhar para o mercado de trabalho, que acaba sendo um termômetro desses números. E o Brasil estava se projetando internacionalmente, havia uma demanda de empregos", afirma.

No período, a taxa de desemprego no país passou de dois dígitos para apenas um, atingindo o menor índice da série histórica do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE) – 4,3%. Assim, o país se tornou atraente para imigrantes em busca de empregos e chances de uma nova vida.
saiba mais
MAPA: veja evolução da imigração no Brasil
FOTOS: veja imagens históricas da imigração

Atualmente, com a crise econômica e os índices de desemprego em alta, o país pode não parecer mais tão atraente, mas Villen destaca que o resto do mundo também está sofrendo as consequências da crise. "Nós temos um contexto mundial muito complicado. Comparado com o Haiti ou algum país africano, por exemplo, o Brasil se torna uma alternativa boa, principalmente diante de países europeus ou dos Estados Unidos, que têm políticas agressivas em relação aos imigrantes", diz.

No caso do Haiti, por exemplo, a imigração em massa começou em janeiro de 2010, quando um terremoto deixou 300 mil mortos e destruiu grande parte do país. "Como o Brasil estava com a missão internacional no país, havia uma facilidade a mais que coloborou para direcionar o fluxo de imigrantes para o Brasil – além da possibilidade de conseguir visto humanitário", diz Villen.
Nacionalidades
Ranking de países de origem dos imigrantes que chegaram ao país em 2015, segundo registro da PF
14.5358.4077.6536.1475.7984.8614.8414.7474.5984.403HaitiBolíviaColômbiaArgentinaChinaPortugalParaguaiEstados UnidosUruguaiPeru0k5k10k15k20k
Fonte: Polícia Federal

Imigrantes x refugiados
Os haitianos conseguem agilizar os pedidos de seus documentos no Brasil, como carteira de trabalho, por meio de uma "brecha" na lei. Apesar de não serem considerados refugiados pela lei brasileira – que entende que o abrigo só pode ser concedido a quem provar sofrer perseguição por motivo de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas em seu país –, eles são orientados a procurar a PF e solicitar o refúgio.

A documentação, então, segue para o Comitê Nacional de Refugiados (Conare) e para o Conselho Nacional de Imigração (Cnig), que abrem um processo para avaliar a concessão de residência permanente em caráter humanitário – o que é concedido na maioria das vezes no caso dos haitianos.

Já os bolivianos se enquadram no Acordo Brasil/Mercosul, que facilita a burocracia para a regularização de pessoas naturais dos países integrantes e associados ao bloco. São eles: Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru.
Além de tocar na banda formada com outros haitianos, Louides também trabalha como pedreiro (Foto: Marcelo Brandt/G1)

Além da economia
Villen destaca que o mercado de trabalho brasileiro sempre funcionou com a força de braço imigrante, mas que, pensando além, a população brasileira foi formada pela própria imigração – e continua em transformação. "Essa internacionalização é um fato e, num horizonte cultural, linguístico, o benefício é muito rico para a população. Isso significa uma riqueza de encontro de povos, de culturas, de línguas diferentes", diz.
A Satellite tem hoje 10 integrantes, todos haitianos
(Foto: Arquivo pessoal)

É o caso de Louides Charles. No Brasil desde 2013, o haitiano de 38 anos encontrou uma forma de lembrar sempre do seu país: a música. Um mês depois de chegar, ele criou a Satellite Musique, uma banda que toca kompa – um ritmo típico do Haiti.

A Satellite tem hoje dez integrantes, todos haitianos. Dos ensaios iniciais improvisados na Missão Paz, eles passaram a se apresentar em eventos públicos e privados e em lugares como o Teatro Oficina e o MIS. Também já fizeram shows em Campinas, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina.

Mas a vida não é apenas música. Todos têm outro emprego: Louides, por exemplo, é pedreiro. Dois anos depois de chegar, ele trouxe a mulher e as duas filhas, de 16 e 13 anos – a mais velha quer cursar direito ou medicina e já começou a se preparar para o vestibular. Hoje, o casal tem também um bebê de 4 meses nascido no Brasil.

Segundo Louides, que é tecladista, os brasileiros não conhecem música haitiana, mas se animam durante os shows. “Todo mundo dança junto. É um ritmo universal”, diz. Risonho, o haitiano afirma que adora o novo país. “Não posso falar nada de ruim do Brasil. Para mim, tudo aqui é bom.”


Mercado de trabalho qualificado
Um perfil diferente de imigrante, porém – que não seja pobre, fugindo de uma situação econômica negativa em seus países de origem –, encontra mais facilidade para entrar no país, diz Villen. São geralmente empresários e acadêmicos qualificados que entram no Brasil para integrar quadros de empresas internacionais ou para continuar seus estudos.

Isso explica, segundo a socióloga, a presença de imigrantes de países como Estados Unidos e China nos rankings da PF. "[Eles] têm um canal de entrada legalizado no país, e geralmente são italianos, espanhóis, portugueses, principalmente desses países de periferia da zona do euro que estão sofrendo bastante também com a crise", diz a socióloga.
Homens e mulheres imigrantes em colheita do café no estado de São Paulo no início do século passado (Foto: Divulgação/Museu da Imigração)

Mudança de perfil
Apesar dessa maior facilidade de entrada no país, europeus são minoria no fluxo migratório do país já há algumas décadas. Dados levantados pelo G1 entre 1884 e 2014 mostram que os europeus representaram a maioria do fluxo migratório para o Brasil até a década de 70 – também puxados pelo mercado de trabalho brasileiro.

É a partir da década de 80 que os sul-americanos tomam de vez as primeiras posições no ranking da imigração no país. Portugueses, italianos e espanhóis dão lugar a paraguaios, argentinos e uruguaios. E ainda há bolivianos, chilenos, peruanos e até imigrantes de nacionalidades que até então nunca se destacaram no movimento migratório nacional, como angolanos, mexicanos e haitianos, chegando ao Brasil em busca de novas oportunidades.
Imigrantes italianos em fotos de passaporte da
década de 1920. (Foto: Museu de Imigração/ AE)

"Esse é um quadro mundial que acontece a partir da segunda metade do século 20. Não é mais o europeu que vem, mas, sim, imigrantes da América Latina, depois da África. É um perfil de pessoas procurando emprego, o que não deixa de ser o mesmo perfil dos europeus que vieram antes disso, mas a grande mudança é exatamente essa: o imigrante não é mais europeu. Ele vem de países da periferia do capitalismo e é não branco. As barreiras que encontram, o tratamento que recebem quando chegam, tudo é diferente", diz Villen.

Segundo a socióloga, a partir dessa época, países europeus e o Estados Unidos sofrem um boom econômico e passam a ser a primeira alternativa para os imigrantes. "O Brasil passa a ser a segunda alternativa, senão território de passagem. Mas ainda há uma demanda da nossa economia", diz.

E, apesar de a imigração representar mão de obra para o país, a socióloga afirma que não se pode perder a noção dos problemas envolvidos. "Para a maioria dessas pessoas, que são forçadas ou necessitam deixar seus países, não é sempre tudo flores. É necessário não olhar essa imigração como uma mobilidade, como se fosse escolha. Por trás da imigração tem muito sacrifício, muitas barreiras, até traumas", afirma. "Esses imigrantes não são só 'pássaros de passagem', são pessoas que criam laços e raízes."
O boliviano Juan Cusicanki, de 49 anos, veio para o Brasil em 1980 (Foto: Arquivo pessoal)

Não só flores
Laços e raízes foram exatamente o que o boliviano Juan Cusicanki, de 49 anos, criou – mas não antes de passar por muitas dificuldades em seu novo país. Ele chegou em 1980 ao Brasil, em pleno carnaval, sozinho, aos 14 anos. No segundo dia, foi preso pelos policiais da Rota. “Uns bolivianos me chamaram para tomar chocolate em um bar. Eles beberam, teve uma briga e a polícia prendeu todo mundo e nos espancou”, conta.
A vida de Juan melhorou quando começou
a estudar teatro (Foto: Arquivo pessoal)

Juan trabalhou em um grupo de música e dança folclórica e depois passou um ano e meio morando e trabalhando em condições precárias, das 7h às 22h, em oficinas de costura. “Foi duro, mas era uma necessidade. Hoje, 36 anos depois, vejo que ainda há muitos colegas trabalhando nesse ritmo”, lamenta.

A vida melhorou quando ele começou a estudar teatro. Depois disso, Juan trabalhou com grupos conhecidos como Os Satyros e Cia Nova de Teatro – nesse último, atuou em uma premiada peça sobre a imigração andina.

No início, foi difícil ganhar papéis no palco e ele investiu em funções nos bastidores. “Não tinha muito lugar para mim porque sou indígena. Mas mergulhei na cultura brasileira e fui me profissionalizando”, diz.

Pai de três filhos que teve com uma brasileira, Juan é grande difusor da cultura andina e do povo aymara no Brasil – algo que exige persistência, já que ainda há muito preconceito. “Ainda há muito trabalho para conseguir ganhar o reconhecimento do brasileiro. Mas 'vamo que vamo'.”

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Conheça as cinco melhores cidades de Portugal para morar


Se você quer morar em Portugal e está na dúvida de qual cidade escolher, vamos lhe ajudar a decidir neste artigo.

Portugal é um país encantador e cheio de belezas naturais. O país possui praias, montanhas, serras e cidades com muita qualidade de vida.

Sua população é de apenas 10 milhões de habitantes (aproximadamente) e sua extensão territorial é equivalente ao estado de Santa Catarina no Brasil. As cidades de Portugal são acolhedoras e muito tranquilas para se viver.
As melhores cidades de Portugal para morar
Lisboa



É a capital do país e excelente para quem quer viver em uma metrópole. A cidade portuguesa equilibra o histórico e o moderno e possui grandes shows internacionais, festivais de música (como o Rock in Rio), vida noturna e muitas opções gastronômicas.



Lisboa fica no litoral sul de Portugal e tem temperaturas agradáveis durante quase todo ano. As melhores oportunidades de emprego estão lá.

A capital portuguesa também possui as melhores universidades do país, como a Universidade de Lisboa. A área metropolitana tem cerca de três milhões de pessoas. Veja como é Morar em Lisboa.
Porto

Uma das cidades mais bonitas de Portugal, possui vida noturna agitada e é perfeita para quem gosta de badalação. O Porto é a segunda cidade mais populosa de Portugal, com quase 250 mil habitantes na cidade e dois milhões de habitantes no Distrito do Porto.

Pessoas de todo o mundo escolhem o Porto para morar por sua beleza e pela diversidade de atrações culturais e de lazer. Localizada no noroeste de Portugal, a cidade dos tradicionais vinhos, também oferece ótimas opções de estudo e trabalho.

Veja como é morar no Porto.
Braga



Localizada no norte do país, Braga é ideal para quem quer tranquilidade e qualidade de vida. É uma das cidades de Portugal mais antigas com mais de 2000 anos de história. O município bracarense recebe centenas de estudantes de todo o mundo para a Universidade do Minho.

A instituição recebe alunos do programa Erasmus de muitos países e está preparada para receber estrangeiros. Braga tem cerca de 180 mil habitantes e convive em harmonia com os muitos idosos e aposentados que vivem na região.

Veja como é morar em Braga.
Coimbra

Uma das mais importantes cidades de Portugal, Coimbra é conhecida como uma região universitária. A Universidade de Coimbra tem 725 anos, uma das mais antigas do mundo ainda em funcionamento.

A bela cidade foi sede da romântica história de Inês e D. Pedro I de Portugal e hoje possui 143 mil habitantes. O município tem excelente qualidade de vida e é um dos destinos preferidos dos brasileiros para estudar em Portugal.

Veja como é morar em Coimbra

Se você quer estudar em Coimbra, saiba como conseguir o visto de estudante para Portugal.
Guimarães


Uma das mais históricas cidades de Portugal, Guimarães parece uma cidade de boneca. Com ar de interior, mas cheia de coisas para fazer, a cidade é perfeita para famílias que buscam sossego e muita paz para residir. O município possui 158 mil moradores e é de uma limpeza extrema.

A cidade é sede da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho e possui o campus de Azurém, onde estão localizados os cursos tecnológicos e de ciências da Universidade do Minho.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Processo para cidadania italiana muda e fica mais rápido


No dia 14, entrou em vigor a Apostila da Convenção de Haia


Assine já!
PASSAPORTE ITALIANO (FOTO: EDITORA GLOBO)

Começou a valer no Brasil no dia 14 de agosto a Apostila da Convenção de Haia, tratado que torna menos burocrático o processo para obtenção de cidadania italiana - e de mais de 100 países.

Firmado por Brasília no ano de sua criação, 1961, o acordo ficou engavetado no Congresso até julho de 2015, quando recebeu aprovação do Senado. Em dezembro, o Itamaraty deu entrada no processo para implantá-lo, culminando na publicação de um decreto da então presidente Dilma Rousseff no dia 1º de fevereiro de 2016.

Os últimos meses foram usados para que o país se adequasse à Apostila da Convenção de Haia, que agora está prestes a entrar em vigor. "Brasil: A partir de 14 de agosto o fim das legalizações consulares", escreveu no Twitter o embaixador da Itália em Brasília, Antonio Bernardini.

O tratado extingue a fase de validação e legalização em representações diplomáticas estrangeiras dos documentos necessários para tirar a dupla nacionalidade - como certidões de nascimento e casamento.
SAIBA MAIS
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Decreto altera processo para obter cidadania italiana
Se pudessem, argentinos escolheriam o Brasil para viver
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A medida também beneficiará transações comerciais, jurídicas e educacionais, consolidando em uma única apostila toda a informação necessária para validar um documento em outra nação que faz parte do pacto, incluindo a Itália. Essa apostila é uma espécie de certificado emitido no país de origem da pessoa física ou jurídica interessada e que garante a autenticidade do documento em questão.

Isso tornará menos burocrático o processo de obtenção da nacionalidade italiana, mas também valerá para italianos em busca de cidadania brasileira. A emissão dessas apostilas ficará sob responsabilidade dos cartórios do país.

O que muda?
Atualmente, os interessados em tirar a cidadania italiana precisam validar e legalizar nas representações diplomáticas do país europeu todos os documentos necessários, como certidões de nascimento, casamento e óbito.

Implantada a Apostila da Convenção de Haia, o Estado brasileiro emitirá uma apostila única comprovando a autenticidade desses documentos. Ela será válida em todas as nações signatárias.

Isso tornará todo o processo um pouco menos burocrático, mas, é importante dizer, não haverá nenhuma alteração nos critérios da Itália para conceder cidadania aos brasileiros. Todo o restante do processo continua exatamente o mesmo.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Projeto da nova Lei de Migração segue para sanção presidencial


Para o relator do texto em Plenário, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), a antiga lei era defasada e enxergava o migrante como uma ameaça
Waldemir Barreto/Agência Senado›


O Senado aprovou nesta terça-feira (18) o projeto da nova Lei de Migração, que define os direitos e os deveres do migrante e do visitante no Brasil; regula a entrada e a permanência de estrangeiros; e estabelece normas de proteção ao brasileiro no exterior. O texto analisado pelos senadores foi um substitutivo (texto alternativo) apresentado pela Câmara dos Deputados ao projeto original do Senado (SCD 7/2016 ao PLS 288/2013). O projeto agora depende da sanção presidencial para virar lei

A proposição estabelece, entre outros pontos, punição para o traficante de pessoas, ao tipificar como crime a ação de quem promove a entrada ilegal de estrangeiros em território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro. A pena prevista é de reclusão de dois a cinco anos, além de multa.

O texto também concede anistia na forma de residência permanente a alguns imigrantes. A regra é válida para imigrantes que entraram no Brasil até 6 de julho de 2016 e que fizerem o pedido até um ano após o início de vigência da lei, independente da situação migratória anterior.
Moradia

De acordo com o projeto, a moradia no Brasil é autorizada para os casos previstos de visto temporário e também para o aprovado em concurso; para beneficiário de refúgio, de asilo ou de proteção ao apátrida (sem pátria); para quem tiver sido vítima de tráfico de pessoas, de trabalho escravo ou de violação de direito agravada por sua condição migratória; a quem já tiver possuído a nacionalidade brasileira e não desejar ou não reunir os requisitos para readquiri-la. Todos terão que ser identificados por dados biográficos e biométricos.

O texto traz ainda exceções para os casos de repatriação, como pessoa em situação de refúgio ou apátrida e menores de 18 anos desacompanhados ou separados de suas famílias, além de repatriação para nação ou região que possa apresentar risco à vida, segurança ou integridade.

A residência poderá ser negada se a pessoa interessada tiver sido expulsa do Brasil anteriormente, se tiver praticado ato de terrorismo ou estiver respondendo a crime passível de extradição, entre outros.
Histórico

A nova Lei de Migração foi proposta no Projeto de Lei do Senado (PLS 288/2013), do senador licenciado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), para substituir o Estatuto do Estrangeiro (Lei 6815/1980) adotado durante o regime militar. O texto já havia sido aprovado em 2015 no Senado e remetido à Câmara dos Deputados. Em dezembro de 2016, retornou para a análise do Senado.

Para o relator do texto, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), a antiga lei era defasada e enxergava o migrante como uma ameaça, alguém que somente seria aceito na sociedade se trouxesse vantagens econômicas, sem receber contrapartida pela contribuição ao desenvolvimento do Brasil.

Para Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o texto votado é moderno e mais adequado ao Brasil da atualidade.

— O que regia as regras de imigração no Brasil até então era o Estatuto do Estrangeiro, de 1980, uma legislação defasada, incompatível com a Constituição de 1998, e herdada da ditadura — criticou.
Polêmica

Durante a discussão em plenário, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) criticou o trecho do texto que garante aos povos indígenas e populações tradicionais o direito à livre circulação em terras tradicionalmente ocupadas, independentemente das fronteiras criadas depois. Para Caiado, isso significa "escancarar as fronteiras" do Brasil e pode facilitar o tráfico de drogas, especialmente da Venezuela, da Colômbia e do Paraguai.

— Então, seria melhor se se dissesse: "Olha, a partir de hoje toda a polícia de fronteira está impedida de identificar quem quer que seja no Brasil". Porque o cidadão diz: "Eu sou indígena." Qual é a avaliação de se dizer se ele é indígena ou não? "Não, mas eu sou de uma população tradicional." Como é que o policial vai dizer se ele é ou não de uma população tradicional? — questionou.

Tasso afirmou que os direitos originários desses povos são garantidos pela Constituição e que o objetivo do artigo é garantir a circulação a povos que desconhecem as marcas de fronteira fixadas pelo homem branco. Esses povos, explicou, não podem sofrer constrangimento ao se mover para caçar ou pescar, por exemplo.

— O que o dispositivo quer garantir é que esse indígena autêntico não seja constrangido nem ameaçado por eventualmente ter transposto uma fronteira marcada pelo homem branco dentro de uma região que há séculos seus antepassados já habitam. Daí a imaginar que hordas de narcotraficantes, terroristas e guerrilheiros, travestidos de indígenas, possam se valer desse mero dispositivo para invadir o país, como se tem divulgado em certas redes sociais, há uma distância abissal — esclareceu.
Alterações

Entre as alterações feitas pelo relator no texto da Câmara dos Deputados, está a retirada de um inciso que inclui a proteção ao mercado de trabalho nacional. Para o senador, “essa diretriz é dúbia”, pois o mercado de trabalho não deve ser fechado e a migração é um fator de seu desenvolvimento.

Também foram mantidas partes do texto original que tratam da expulsão do migrante e que foram retiradas no substitutivo da Câmara. Dessa forma, caberá à autoridade competente resolver sobre a expulsão, sua duração ou suspensão, e sobre a revogação de seus efeitos.

Tasso Jereissati também decidiu manter o texto original do projeto, que proibia a deportação, repatriação ou expulsão de qualquer indivíduo para as fronteiras dos territórios em que a sua vida ou sua integridade pessoal fosse ameaçada. Na Câmara, esse trecho havia sido acrescido de uma proteção para pessoas que tivessem a liberdade ameaçada em virtude de raça, religião, nacionalidade e grupo social a que pertencem, que foi retirada pelo relator.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Documentos de imigrantes serão acessados pela internet em São João da Boa Vista(SP)


1.096 documentos do arquivo municipal foram recuperados há 17 anos.
Medida vai facilitar busca de quem quer tirar cidadania de outros país


Documentos dos imigrantes que foram para São João da Boa Vista (SP) vão poder ser acessados pela internet a partir desta semana. Além de preservar os registros históricos, a ideia é facilitar a busca dos descendentes, principalmente italianos, que querem tirar a cidadania. Os dados estarão disponíveis no site da prefeitura.

Recuperação de documentos
Os registros de estrangeiros são documentos dos imigrantes que vieram para o Brasil no fim do século 19 e início do século 20. São informações como nome, nacionalidade, estado civil e data de chegada no país. Ao todo, 1.096 documentos do arquivo municipal foram recuperados há 17 anos com a ajuda do historiador João Batista Scannapieco. Eles estavam no porão da delegacia, que fazia esses registros nas décadas de 1930 e 1940.
O material foi recuperado há 17 anos com a ajuda
de historiador (Foto: Eder Ribeiro/ EPTV)

“O governo Getúlio Vargas queria saber onde estavam os estrangeiros no Brasil. Eram dados completos. O italiano por exemplo, que é o caso da minha família, ele precisava ir à delegacia para tirar a carteira modelo 19. Sem essa carteira ele não podia andar no Brasil”, disse Scannapieco.

Esses são os documentos mais procurados para consulta no arquivo público, principalmente por descendentes de imigrantes como o advogado Anor de Souza Júnior que está em busca de informações dos antepassados para pedir a cidadania portuguesa. “Todo mundo quer saber de onde veio, para onde vai a gente sabe, mas de onde veio”, brincou.
Não só italianos, mas tem argentinos, portugueses, então acaba sendo uma prestação de serviço para várias nacionalidades"
Hediene Zara, presidente do círculo italiano

Contudo, manusear com frequência papéis tão antigos faz com eles estraguem. Por isso os 1.096 documentos foram fotografados. “Não só italianos, mas tem argentinos, portugueses, então acaba sendo uma prestação de serviço para várias nacionalidades”, disse o presidente do círculo italiano de São João, Hediene Zara.

Acesso pelo computador
A ideia é que os registros digitalizados sejam acessados pelo computador. “A nossa tentativa é para colocar esse material no site da prefeitura ou do arquivo histórico, para a pessoa fazer como se faz no museu do imigrante, entrar, colocar o nome do seu parente e rastrear os documentos já digitalizados para fazer o download. Facilita bastante e a pessoa não precisa vir aqui”, afirmou Zara.
Documentos de imigrantes são digitalizados
em São João (Foto: Eder Ribeiro/ EPTV)

A digitalização pode diminuir e muito o trabalho de pessoas que querem dar entrada com o pedido de cidadania italiana. “Para o cidadão italiano, que já tem a cidadania, inclusive tem uma série de benefícios, de amparo que o governo italiano dá, que muitos também não sabem que estes documentos que estão aqui vão poder auxiliar, então é um ganho maravilhoso”, afirmou p professor de português Carlos Eduardo Ciacco.

Os documentos são importantes também para preservar a história de São João que tem forte influência da imigração europeia. Segundo dados do consulado geral da Itália em São Paulo, 55% da população da cidade tem descendência italiana. Os imigrantes italianos contribuíram para o desenvolvimento da cidade, fortaleceram o comércio, a indústria e ajudaram a criar empregos.
Imigrantes italianos em São João da Boa Vista (Foto: Reprodução/ EPTV)

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Filho de imigrantes cria jogo que simula a fronteira entre México e EUA


A ideia é passar para outras pessoas qual é a experiência de fazer esse trajeto




FIlho de imigrantes mexicanos desenvolveu jogo que simula a travessia da fronteira entre o México e os Estados Unidos. Foto: Cláudia Trevisan/Estadão

Gonzalo Alvarez, um designer de jogos e ilustrador que vive no Estado americano do Texas, desenvolveu Borders, um jogo que simula a travessia da fronteira entre o México e os Estados Unidos para conscientizar as pessoas de como essa passagem é perigosa. Usando as experiências dos seus próprios pais, que cruzaram a fronteira, Alvarez afirmou ao Huffington Post que não quis fazer só uma forma de entretenimento para os usuários, mas também uma expressão artística.

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“Eu me inspirei bastante em Papers, Please, um outro jogo que também explora a mensagem moral de como o autoritarismo tem um efeito perverso nas pessoas comuns”, disse ao site. “No caso de Borders, quis fazer do ponto de vista do imigrante”. Outro ponto que ele quis destacar é o fato de filhos de imigrantes conseguirem ser bem-sucedidos na sociedade americana.

Para reforçar a mensagem, os esqueletos do seu personagem permanecem no jogo mesmo após o game-over, como uma lembrança daqueles que não conseguiram concluir a travessia. “Espero que, com esse jogo, as pessoas comecem a criar empatia com imigrantes”, completou Alvarez.

Se você ficou interessado, Borders está disponível para download de graça neste link.

Trump retoma patriotismo econômico e corta a contratação de trabalhadores estrangeiros


O presidente assina ordem executiva que limita os vistos para profissionais qualificados
Medida também potencializa a compra de produtos norte-americanos


Donald Trump antes de viajar para Wisconsin. AFP


Donald Trump voltou à sua zona de conforto. Em uma fábrica de chaves de fenda, em Kenosha (Wisconsin), o presidente dos Estados Unidos retomou nesta terça-feira seu discurso mais nacionalista e assinou uma ordem executiva para restringir a entrada de imigrantes ao mercado de trabalho e potencializar a compra de produtos norte-americanos. É o velho sonho da América profunda, aquela que olha para o mundo externo e seus habitantes com desconfiança, e que nas mãos de Trump conduziu à narrativa xenófoba e isolacionista que marcou sua campanha.


América Primeiro. Este é o lema que Trump invoca sempre que tenta mudar o ritmo. Depois de algumas semanas nas quais, sobrecarregado pelo peso da realidade, abandonou muitos de seus postulados eleitorais (deixou de atacar a China, bombardeou o regime sírio e até elogiou a OTAN), o presidente voltou às raízes. A esse caudal de votos que maneja tão bem e que lhe deu nos depauperados estados do antigo cinturão industrial a vantagem que lhe permitiu derrotar Hillary Clinton.

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Diante de um público comprometido, voltou a acusar a China de participar da espoliação dos Estados Unidos, ameaçou mais uma vez sair do NAFTA se não houver “grandes mudanças”, qualificou de desastre a Organização Mundial do Comércio e apresentou a cereja do bolo do dia: a ordem executiva a partir da qual nos próximos 220 dias os departamentos federais devem revisar suas políticas à luz da doutrina do compra de americano, contrata americano. “Esta medida protegerá os trabalhadores como vocês. Chegou a hora. Acreditem”, disse Trump.

A diretriz dá prioridade aos nativos e representa um novo golpe ao legado de Barack Obama em matéria de imigração e vistos. Especialmente prejudicado fica o capítulo dedicado aos trabalhadores altamente qualificados: 85.000 vistos (H-1B) que são oferecidos anualmente e que alimentam as indústrias mais avançadas do Silicon Valley. Uma janela muito procurada por profissionais estrangeiros, mas que para a Administração Trump representa “um exemplo de abuso” e uma forma de “reduzir o emprego americano e reduzir salários”.

“Aos 80% dos que entram em nosso país por este programa se paga menos do que a média dos trabalhadores em idênticas condições”, afirmou um funcionário de alto escalão da Casa Branca. Nesse sentido, a ordem pretende reduzir o número de beneficiados e limitar a concessão apenas aos “mais talentosos”. Esta restrição foi rejeitada pelas grandes empresas de tecnologia. Alertam que seu efeito pode ser o contrário do desejado e que não se descarta que estimule a fuga das empresas para o exterior.

Outro objetivo da ordem é reativar a compra de produtos fabricados nos EUA. Para isso, cortará as isenções às importações que se aplicam a quase 60 países. Símbolo desta política é o aço norte-americano. Um material que Trump já prometeu que será de uso obrigatório em seu plano de infraestrutura e que a normativa não admite que proceda de material fundido no exterior, apesar de o produto acabado ser feito nos Estados Unidos. “É preciso assegurar que os benefícios do Compre de Americano sejam compartilhados em toda a cadeia de produção”, afirmou um porta-voz da Casa Branca.

Em um momento em que as pesquisas não sorriem para Trump, este retorno ao patriotismo econômico tenta reativar seu capital político. Nas últimas semanas, o eleitorado viu seu presidente mergulhar no labirinto internacional. Síria, Afeganistão e Coreia do Norte se afastaram do universo que votou nele. Uma distância que o governante, consciente de sua fragilidade eleitoral, tenta encurtar sempre que pode. Às vezes com discursos, outras com regras criadas para impactar seu criadouro natural. Esta é uma delas. Altissonante, nacionalista e com forte apelo nas pesquisas. O tipo de política de que Trump gosta.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Aloysio baixa o nível com a direita para defender Lei da Imigração






Se há algo que pode ser definido como o cúmulo da indignidade, é aquilo que fez o chanceler Aloysio Nunes para defender sua malfadada (e maldita) Lei da Imigração (prestes a ser votada na próxima 3ª feira), após sofrer duras e merecidas críticas por parte de Joice Hasselmann e Luiz Philippe de Orleans e Bragança. Ambos lembraram que a lei abre as portas para o terrorismo, dentre outros riscos inerentes ao multiculturalismo já vivenciados de modo aterrador pelos europeus.

Talvez nada revele com maior nitidez o duplo padrão adotado por alguns tucanos do que a resposta dada pelo chanceler, que catalogou todos os argumentos de Joice e Luiz Philippe como "mentiras". Afirmou que "não há uma só letra no projeto que dê margem a alguém com um mínimo de discernimento ou honestidade intelectual a interpretação de que estamos 'abrindo fronteiras para terroristas ou traficantes' ou que 'um exército terrorista e narcotraficante, travestido de indígenas, violará nossas fronteiras'". Aqui a falácia de Aloysio é nítida: ele confundiu uma lei que dá brechas ao terrorismo com uma lei que forçaria o terrorismo. Schopenhauer definiria isso como falácia da ampliação indevida.

Em seguida, afirmou que o público-alvo da nova Lei de Imigração "são as pessoas de bem". O curioso é que ele parece não se preocupar com as pessoas de bem que já vivem no Brasil.

O momento mais risível do discurso de Aloysio é aquele no qual ele diz que os migrantes contribuem "enormemente para o nosso desenvolvimento com o seu trabalho". Só que hoje no Brasil vivemos um problema de desemprego endêmico. A proposta de Aloysio visa apenas aumentar o desemprego de nosso povo em benefício de seu projeto globalista.

Arrogantemente, ele pede que seus críticos saiam de seus castelos e parem de fazer "terrorismo intelectual" e de manifestarem "egoísmo e hipocrisia", ou seja, em completo desrespeito pelos seus interlocutores. Eis a prática vergonhosa de falar grosso com críticos que pertençam à direita, mas sempre tendo afinado a voz para petistas.

Aloysio Nunes deve desculpas ao povo brasileiro por sua arrogância lançada contra os críticos da Lei de Imigração. Enquanto ele não pede desculpas, vale assistir ao vídeo de Bia Kicis. Seja lá como for, ganhamos mais um motivo para exigir que essa lei seja enterrada.

sábado, 11 de março de 2017

Documentos para viajar para Europa


Marcou viagem para a Europa? Aqui nesse post você encontrará respostas para todas as suas dúvidas sobre a documentação exigida para entrada nos países europeus que fazem parte do Tratado de Schengen. Vale lembrar que embora brasileiros não precisem de visto para entrar na Europa, a entrada é concedida na hora por um agente de imigração. Então, é bom ficar atento a todas as nossas dicas para não passar nenhum aperto no momento da entrada e ter viagem uma viagem bem tranquila para a Europa.
Documentos Necessários para Viajar para Europa
Passaporte

É obrigatório portar um passaporte válido. Se você ainda não tem um, veja como tirar seu passaporte brasileiro. Além disso, o passaporte precisa ter validade mínima de pelo menos 90 dias após o término da viagem. Por exemplo: você chegará na Europa no dia 10/09/16 e sairá no dia 10/10/16. Seu passaporte precisa estar válido até pelo menos 10/01/17.

Minha dica: confira a validade do seu passaporte antes de comprar a passagem e caso ele já esteja expirando, programe-se com bastante antecedência para renová-lo. Eu costumo renovar meus passaportes (tenho o brasileiro e italiano) 6 meses antes do vencimento.


Foto: Shutterstock
Visto

Brasileiros viajando a turismo por até 3 meses não precisam de visto para viajar para os países da União Europeia. Vale lembrar que nem todos os países da Europa fazem parte da União Europeia e nem todos fazem parte do Tratado de Schengen. De qualquer maneira, praticamente todos os países fora do bloco também não costumam exigir vistos dos brasileiros, como a Rússia, Turquia, Bósnia, Albânia, entre outros. Na dúvida, pesquise junto ao órgão oficial (consulado ou embaixada) sobre a exigência ou não de visto entre os documentos para viajar para Europa.


Foto: Shutterstock
Tratado de Schengen

O Tratado ou Acordo de Schengen garante a livre circulação de pessoas dentro dos países que assinaram o acordo. Na prática, se você circular por qualquer um dos países abaixo passará pela imigração apenas uma vez, no aeroporto de chegada apenas.
Países que fazem parte do Tratado de Schengen


Áustria, Bélgica, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Islândia, Itália, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Noruega, Polônia, Portugal, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suíça, Grécia, Hungria, Mônaco e San Marino.

Note que a Suíça, por exemplo, não faz parte da União Europeia mas faz parte do Tratado de Schengen. Foi o que disse ali em cima que União Europeia e Tratado de Schengen são coisas diferentes. Mas por qual motivo esse acordo é tão importante? Por causa do seguro saúde obrigatório.
Seguro de Viagem

O seguro saúde ou o que conhecemos como seguro viagem é obrigatório para entrar nos países da Europa que fazem parte do Acordo de Schengen. A exigência é que o turista possua um seguro com cobertura mínima de € 30.000 que garanta assistência médica por doença ou acidente.

Se você comprou a passagem com um cartão de crédito de categoria Visa ou Master Platinum (ou categoria superior) pode solicitar o seguro gratuitamente tanto para você como para cônjuge e filhos menores de 23 anos. Importante: você deve obrigatoriamente ter comprado todas as passagens com o cartão de crédito da categoria Platinum ou superior ou pelo menos ter feito o pagamento das taxas de embarque no caso de passagens emitidas com milhas.


Se a sua passagem não foi comprada com um cartão Platinum ou superior, você terá que contratar um seguro particular. Mesmo tendo um cartão Platinum, acabo sempre contratando um seguro particular. Minha seguradora favorita é a Assist Card, vendida pela Real Seguros. Usei durante toda a minha volta ao mundo e em viagens menores e nunca tive problemas. Sempre fui bem atendida e encaminhada para hospitais bons.
Passagem de volta

Para entrar na Europa também é necessário ter uma passagem de volta emitida e datada. Esse é um dos itens mais requisitados pelo oficial da imigração, então é bom ter em mãos.
Comprovante de Hospedagem

Outro item muito importante para a entrada na Europa é o comprovante de hospedagem. O agente da imigração também costuma pedir os comprovantes de reserva de hotéis ou hostels. Gosto muito de reservar hotéis no Booking (que permite cancelamento grátis na maioria dos quartos, o que permite escolher o hotel com calma) e hostels no Hostelworld.
Carta Convite

Se você irá ficar na casa de algum europeu ou cidadão de outra nacionalidade que reside legalmente na Europa você terá que providenciar a carta convite. Não adianta pedir para o amigo/primo/irmão que está com visto temporário de estudo, por exemplo. Peça para o seu anfitrião europeu verificar se há necessidade de registrar a carta convite em algum órgão oficial do país dele. Há inúmeros modelos de carta convite na internet e é recomendável que seja feita uma versão em inglês e uma versão na língua do país onde o anfitrião reside.
Comprovantes Financeiros

Pode ser que o oficial da imigração também peça que você comprove que tem condições financeiras para se manter na Europa durante todo o tempo da viagem. Você pode comprovar o valor por meio do extrato da sua conta bancária, extrato do seu cartão pré-pago de viagem, extrato que comprove o o limite disponível no cartão de crédito ou até mesmo a quantia em espécie. Entrei nos sites das embaixadas de Portugal e Espanha e o valor médio seria de €65 por dia.
Check-list documentos para entrar para Europa

Vamos resumir então a lista completa de documentos para viajar para Europa?

✓ Passaporte válido e com duração de pelo menos 3 meses após o término na viagem. Por segurança, recomendaria um passaporte com pelo menos 6 meses de validade.

Seguro viagem com cobertura mínima exigida pelo Tratado de Schengen (€ 30.000).

✓ Passagem de volta.

✓ Comprovante de Hospedagem (reserva dos hotéis/hostels ou carta-convite).

✓ Comprovantes Financeiros para se manter na Europa durante todo o período da viagem.
Dicas Finais

– Deixe tudo em uma pastinha e só apresente o que for solicitado pelo agente.

– Não minta.

– Fique tranquilo.


Foto: Shutterstock

Vale lembrar que esses são os requisitos e documentos para viajar para Europa, mas a decisão de entrar ou não é dada na hora pelo oficial da imigração. Boa viagem!
Lembrou do seguro viagem? Ele é muito importante e obrigatório nos países da Europa que fazem parte do Tratado de Schengen e também em Cuba e Venezuela. Nos demais países também é recomendável a contratação, pois não podemos prever incidentes. Leia sobre minha internação na Tailândia. No caso dos Estados Unidos, por exemplo, o custo médico diário de uma internação fica na faixa dos U$2.000 (caríssimo). Para os EUA a contratação de um seguro com cobertura de U$1 milhão não é exagero. Além disso, o seguro é super útil nos casos de cancelamento de viagem e extravio de bagagem (para citar alguns exemplos). Uso o seguro da Assist Card (vendido com desconto pela Real Seguros) há anos. Precisei utilizar 4 vezes durante minha volta ao mundo e sempre fui muito bem atendida. Você pode cotar com eles sem compromisso e, caso opte pela contratação, pode pagar em 6 vezes sem juros no cartão ou com desconto de 5% no pagamento à vista.Cada vez que você reserva algo com um dos nossos parceiros recebemos uma pequena comissão. Você não paga nada a mais por isso e ainda ajuda o blog a se manter atualizado e com novas dicas de viagem.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Suíça facilita cidadania para netos de imigrantes




Eleitora vota nos vários referendos de ontem depois de ir à missa em Obersaxen Meierhof

| EPA/BENJAMIN MANSER

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Eleitores abrem caminho à naturalização dos imigrantes de terceira geração, mas rejeitam baixar impostos sobre as empresas

Após três tentativas falhadas em 35 anos para abrir as portas da nacionalidade suíça (incluindo uma que dava automaticamente a cidadania aos imigrantes de terceira geração), os eleitores aprovaram ontem em referendo o aligeirar do processo que permitirá naturalizar 25 mil pessoas que não são suíças mesmo tendo nascido na Suíça. A decisão surge apesar da campanha da extrema-direita, que incluía uma mulher de niqab (traje islâmico que deixa só os olhos a descoberto), alertar para o risco de islamização - quando na realidade a maioria dos beneficiados serão descendentes de italianos.

O "não" à decisão governamental que contava com o apoio do Parlamento de facilitar o processo de naturalização só ganhou ao "sim" em seis dos 26 cantões suíços, tendo sido aprovada por 60,4% do eleitorado. Desta forma, quando a lei entrar em vigor, a terceira geração de imigrantes nascida na Suíça não vai precisar de fazer testes ou ir a entrevistas com as autoridades locais, para provar que está integrada no país onde nasceu e sempre viveu.

Para os opositores à proposta, nomeadamente o Partido Popular Suíço (extrema-direita), esta é só a primeira fase de um plano para dar a cidadania a todos os imigrantes, que representam 25% da população. O partido, o maior na câmara baixa do Parlamento, alertou para o risco de "excesso de população estrangeira e aumento massivo nomeadamente do número de muçulmanos". O deputado Jean-Luc Addor deixou o aviso: "Numa ou duas gerações, quem serão eles, estes estrangeiros de terceira geração? Já não serão italianos, espanhóis ou portugueses."

Segundo dados de dezembro do Instituto Federal de Estatísticas da Suíça, os portugueses eram em 2016 o terceiro maior grupo de imigrantes a viver no país - quase 270 mil, atrás dos italianos (318 mil) e dos alemães (304 mil). No ano passado, 3927 portugueses conseguiram a nacionalidade suíça. A decisão de facilitar agora o processo beneficiará principalmente descendentes de italianos, mas também de turcos e de imigrantes dos Balcãs, segundo os cálculos do governo.

Mas a questão da naturalização não foi a única a ir ontem a votos na Suíça. E a vitória do governo neste tema não reduz o impacto da derrota na imposição de benefícios fiscais para as empresas. O objetivo da reforma fiscal que foi rejeitada por 59,1% dos eleitores suíços era nivelar os impostos para as empresas nacionais e estrangeiras, como prometido à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

A Suíça é há anos alvo das críticas da União Europeia porque os cantões têm um estatuto fiscal específico para as empresas estrangeiras, que significa que algumas não pagam nada além dos impostos federais de 7,8%. Para tentar compensar o facto de aumentar os impostos a estas empresas, o governo propunha benefícios fiscais ligados, por exemplo, ao desenvolvimento de patentes e muitos cantões planeavam reduzir as taxas para todas as empresas de forma a dissuadir as multinacionais de partir.

"Existe agora o verdadeiro perigo de a Suíça desaparecer do radar das empresas internacionais", reagiu o ministro das Finanças, Ueli Maurer, numa conferência de imprensa. A decisão afeta 24 mil empresas estabelecidas na Suíça, empregando 150 mil pessoas e que valem quase metade das taxas corporativas federais. O campo do "não" argumentava que a quebra da receita fiscal teria de ser compensada pelo contribuinte.

P&R

Mas quem nasce na Suíça não é logo suíço?

› Não. A cidadania na Suíça é determinada pela nacionalidade dos pais da criança e não pelo local de nascimento. Assim, por exemplo, os filhos de imigrantes portugueses que nasçam na Suíça são portugueses e não automaticamente suíços. Só quem tem a nacionalidade pode votar e participar na democracia direta que caracteriza este país.

E não podem obter a nacionalidade?

› Até agora, os não suíços tinham de esperar até aos 12 anos para pedir a nacionalidade, num processo que implicava fazer testes, ir a entrevistas com as autoridades locais (em que podem ser chamados a mostrar o conhecimento sobre queijos ou montanhas suíças ou até a sua habilidade para o esqui) e o pagamento de milhares de francos em taxas.

E o que muda a partir deste referendo?

› A ideia é facilitar o processo aos imigrantes de terceira geração, diminuindo também os custos (máximo 900 francos). Os candidatos têm de ter nascido na Suíça e ter entre 9 e 25 anos - aqueles até aos 35 anos terão um regime transitório, mas o limite de idade é para evitar fugas ao serviço militar obrigatório. Têm ainda de ter pelo menos cinco anos de escolaridade obrigatória no país, tal como um dos pais, que deve além disso ter autorização de residência e ter vivido pelo menos dez anos na Suíça. Um dos avós tem de ter nascido no país ou provar de forma credível que ali viveu. O candidato continua a ter de dominar uma das quatro línguas nacionais (alemão, italiano, francês e romanche) e respeitar a Constituição.

Quantas pessoas são abrangidas?

› De acordo com os cálculos do governo, pouco menos de 25 mil pessoas poderão agora pedir a nacionalidade através deste processo mais fácil - a maioria descendentes de imigrantes de Itália, mas também da Turquia e dos Balcãs. Todos os anos, estima-se que haja 2300 novos casos.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Pelo menos 65 restaurantes fecham em Washington no Dia Sem Imigrantes


“Sem os imigrantes, os Estados Unidos parariam”

Washington 17 FEV 2017 - 12:24 BRST
Manifestantes em Washington. AARON P. BERNSTEIN REUTERS


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Trump enfrenta uma crise internacional sob o olhar atento das redes sociais

Washington não funcionou na quinta-feira em toda sua capacidade. Mais de 65 restaurantes ficaram fechados e centenas de empregados em lojas e estabelecimentos não foram trabalhar. Era o Dia Sem Imigrantes, que cumpriu seu objetivo: mostrar como são necessários os imigrantes– em grande parte, latinos – para o funcionamento diário de Washington, onde mais de 20% da população é estrangeira.


O protesto se espalhou por outras cidades dos Estados Unidos, como Nova York, Filadélfia e Houston, e ganhou maior relevância este ano com a chegada do novo presidente, Donald Trump, cujas primeiras semanas na Casa Branca confirmaram a forte retórica anti-imigrantes que já tinha anunciado durante a campanha eleitoral. Em menos de um mês, o republicano ordenou a construção de um muro ao longo da fronteira com o México, aprovou um veto migratório contra sete países de maioria muçulmana, e dirigiu batidas em cidades de todo o país para deportar pessoas em situação irregular, a maioria hispânicas.

Segundo dados do Migration Policy Institute, os imigrantes são cerca de 14% (45 milhões de pessoas) da população dos EUA. Destes, a metade são de países da América Latina. No mercado de trabalho, os imigrantes constituem 17% e seus empregos estão concentrados no setor de serviços, especialmente restaurantes, hotéis e pequenos estabelecimentos. “O homem laranja (referindo-se a Trump) quer se livrar da gente”, diz uma mulher hispânica e organizadora social de Washington, “mas somos a coluna vertebral deste país”.

Em Mount Pleasant, um tranquilo bairro latino do norte da capital, muitos moradores estavam em greve e suas empresas ficaram fechadas. Várias delas tinham cartazes colados em suas portas e janelas com o slogan “Todos unidos” e reivindicavam: “Senhor Presidente, sem nós e sem a nossa contribuição este país fica parado”. No centro cristão La Casa, mães, pais e filhos aproveitam o dia livre para participar de uma reunião com uma orientadora social, que oferece instruções sobre como atuar em casos de possíveis batidas das autoridades de imigração.

“Desde a entrada do novo presidente Trump acho que nós, os latinos, não dormimos tranquilos nenhum dia”, diz Julia Flores, uma salvadorenha que mora a poucas ruas de distância e está há 18 anos em Washington. “É importante sair às ruas hoje, não trabalhar, e mostrar ao Presidente Trump que um dia sem latinos é uma perda para o país”, acrescentou enquanto os participantes se preparam para começar uma manifestação na Casa Branca.

Mas nem todos têm a mesma visão. Do outro lado da rua, Anivar Gómez, um salvadorenho empregado do restaurante Pollo Sabroso, observa os manifestantes do balcão. “O chefe não está aqui, então não pudemos pedir para participar nos protestos”, diz Gómez. “Nós sempre apoiamos nosso povo, direta ou indiretamente. Espero que a marcha funcione”, ele diz. Duas lojas mais abaixo, o dono do Mercado Salvadorenho preferiu não para falar. “Não tenho muito a dizer sobre isso”, comenta desinteressado sobre o Dia Sem Imigrantes.
Restaurantes

Por toda a cidade, mais de 65 restaurantes, tanto norte-americanos quanto hispânicos, permaneceram fechados em sinal de apoio. Entre eles, o chef espanhol José Andrés fechou vários de seus conhecidos locais em Washington como sinal de apoio aos latinos. “Em solidariedade com os muitos imigrantes que empregamos, muitos dos nossos restaurantes na área de Washington vão ficar fechados”, de acordo com um comunicado de seu conglomerado ThinkFood.

Busboys and Poets, um restaurante popular que serve comida norte-americana, notificava com um cartaz colado em cada uma de suas janelas: “Apoiamos nossa comunidade”. A empresa fechou seus três restaurantes em Washington. Sweetgreen, uma rede de restaurantes de saladas, fechou suas 18 filiais na capital.

Em Nova York, o Blue Ribbon Sushi ficou fechado na hora do almoço. “Estamos 100% com nossos empregados, sejam eles imigrantes ou tenham nascido nos Estados Unidos, estejam trabalhando com o público ou na parte de trás”, dizia um cartaz na porta. “Quando trabalhadores que não faltaram um dia de trabalho em quase 25 anos pedem um dia para protestar contra a injustiça, a resposta é fácil”, acrescentava.

O local pertence a uma empresa com vários restaurantes da cidade que também se juntou ao protesto, um ato que, no entanto, foi mais simbólico que massivo. A maioria dos restaurantes de Manhattan, com uma elevada proporção de funcionários estrangeiros, funcionou normalmente, apesar de Nova York ser uma das cidades mais rebeldes contra as políticas de migratórias de Trump.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Canadá deixará de exigir visto para brasileiros a partir de maio


© image/jpeg canada-passaporte

A partir de 1° maio de 2017, o Canadá deve liberar brasileiros de tirar o visto para entrar no país. Mas a medida só vale para quem já tenha tirado o visto canadense nos últimos 10 anos (mesmo que esse visto já esteja vencido) ou para quem tenha um visto válido para entrar nos Estados Unidos.

+ Como tirar o visto para os Estados Unidos: passo a passo

Em vez do visto, será necessário emitir um eTA (eletronic Travel Authorization, em português, ‘autorização eletrônica para viajar’). O documento deve ficar vinculado ao passaporte e será válido por 5 anos ou até a data de vencimento do passaporte.

O eTA custa 7 dólares canadenses (cerca de R$ 16) e permite a permanência do turista por até seis meses no Canadá. Mas o limite da permanência do visitante será determinado pelo funcionário da fronteira – normalmente, eles estipulam menos tempo.

Além dos brasileiros, os búlgaros e romenos também estão “isentos” de emitir um visto canadense caso já tenham o visto norte-americano.
Facilidade do visto é promessa antiga

Esta não é a primeira vez que o governo do Canadá anuncia a mudança para facilitar a vida dos brasileiros. O país já havia prometido implantar a medida a partir de março de 2016, mas até agora, nada mudou. Será que agora vai?
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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O que está em jogo com o decreto anti-migratório de Trump


Decisão do presidente americano de barrar e deportar refugiados gera críticas de líderes de Estado e provoca uma série de protestos nos EUA


Foto: NICHOLAS KAMM / AFP


Manifestações, condenações internacionais e indignação global: nove dias depois de chegar ao poder, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrentou neste domingo avalanche de críticas, após sua decisão de fechar as fronteiras a todos os refugiados e a cidadãos de sete países de maioria muçulmana. Milhares de manifestantes se reuniram para protestar contra a medida, e chefes de Estado criticaram duramente a decisão.

O magnata nada mais fez que cumprir suas promessas de campanha, defendeu seu porta-voz, Sean Spicer, em alusão à assinatura, durante toda a semana, de ordens executivas sobre saúde, imigração clandestina, combate ao extremismo e petróleo.

Entenda, a seguir, como o decreto de Trump anti-imigração afeta muçulmanos e refugiados que queiram entrar nos Estados Unidos, além de pessoas ligadas ao cinema e ao esporte.


Pessoas afetadas
Síria: todos os sírios, cujo país vive guerra desde 2011, são proibidos de entrar em território americano até nova ordem.

Cidadãos de Iraque, Irã, Iêmen, Somália, Sudão e Líbia: o texto proíbe que entrem nos Estados Unidos durante 90 dias, período no qual serão revistos os critérios de concessão de vistos.

A Casa Branca e o Departamento de Estado afirmaram que o decreto envolve todos os cidadãos desses países, com exceção dos que têm dupla nacionalidade americana e certos vistos diplomáticos.

Programa de admissão de refugiados
O decreto suspende durante 120 dias o programa de admissão de refugiados, um dos mais ambiciosos do mundo para a recepção de vítimas de conflitos. Criado em 1980, permitiu que os Estados Unidos acolhessem 2,5 milhões de pessoas. O programa já havia sido congelado durante três meses, logo depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.

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Apple, Google e Facebook
Os CEOs de Netflix, Google e Apple, entre outros, se manifestaram contra a medida, e recomendaram que todos os funcionários a trabalho fora do país retornem imediatamente.

O indiano Sundar Pichai, do Google, escreveu um memorando à companhia criticando o decreto: "É doloroso ver o custo pessoal deste decreto em nossos colegas. Estamos tristes como essa medida pode impor restrições a funcionários do Google e suas famílias, ou como ela pode criar barreiras para trazer grandes talentos aos Estados Unidos", escreveu ele.

O CEO da Apple, Tim Cook, lembrou, em e-mail interno para os funcionários, que "a Apple não existiria sem imigração", uma vez que o fundador da companhia, Steve Jobs, é filho de sírios.

Mark Zuckerberg e Reed Hastings — CEOs do Facebook e da Netflix, respectivamente — fizeram manifestações menos formais. "Os Estados Unidos são uma nação de imigrantes, e devíamos nos orgulhar disso", afirmou Mark Zuckerberg. Hastings classificou a medida como "não americana", e chamou a população dos EUA a "dar os braços" e lutar contra o decreto de Trump.

Companhias aéreas
A proibição de viagens para pessoas com nacionalidade de sete países do Oriente Médio pegou a indústria aérea despreparada, com a tripulação de voo desses locais também proibida de entrar no país, disse a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês).

A Fiscalização de Alfândega e Proteção de Fronteira dos EUA informou ao grupo que os portadores de passaportes de países como Irã e Iraque, incluindo a tripulação de cabine, serão impedidos de entrar nos EUA.

As companhias aéreas dizem que podem perder negócios, citando como exemplo os cerca de 35 mil viajantes do Irã que visitaram os EUA em 2015.

Jogos olímpicos
O capitão da seleção americana de futebol, Michael Bradley, criticou as restrições migratórias. As medidas poderiam ter consequências negativas sobre a candidatura de Los Angeles aos Jogos Olímpicos de 2024. A cidade compete com Budapeste e Paris para receber o maior evento esportivo do mundo, cuja escolha será feita em setembro, em Lima, no Peru.

Cinema
O cineasta iraniano Asghar Farhadi, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro por O Apartamento, anunciou ontem que não comparecerá à cerimônia de entrega dos prêmios da Academia de Hollywood.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Papa pede que sejam tomadas medidas possíveis para proteger imigrantes


O Papa Francisco em visita à pastoral de Santa Maria, em Roma


O papa Francisco pediu neste domingo (15) que sejam tomadas "todas as medidas possíveis" para proteger os jovens refugiados, um dia depois do último naufrágio de imigrantes no mar Mediterrâneo.

O pedido do papa foi feito neste domingo (15), que marca o Dia Mundial dos Imigrantes no calendário da igreja.

A guarda costeira italiana disse que apenas quatro pessoas sobreviveram depois que um barco com imigrantes afundou na costa da Líbia no sábado (14). Estima-se que 100 pessoas estavam a bordo e apenas oito corpos foram recuperados. Os esforços de busca e recuperação continuaram neste domingo (15).

Em sua bênção à tarde, Francisco lembrou que o tema deste ano no dia do imigrante diz respeito à vulnerabilidade dos jovens imigrantes, "irmãos que muitas vezes fogem de casa sozinhos e enfrentam tantos perigos", disse o papa.

"Devemos adotar todas as medidas possíveis para garantir aos jovens imigrantes proteção e defesa, bem como integração", acrescentou.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Imigrações atuais no Brasil



IMIGRAÇÕES ATUAIS NO BRASIL
GEOGRAFIAAs imigrações atuais no Brasil vêm expandindo-se exponencialmente ao longo dos últimos anos, revelando um novo cenário demográfico no país.



A história sempre narrou diversos ciclos de imigrações para o Brasil, seja durante o período de colonização, seja durante os tempos posteriores. Ao longo dos séculos, vários povos ocuparam o nosso país, a maioria formada por europeus, mas também chineses, japoneses, latino-americanos, entre outros. No entanto, podemos dizer que o Brasil vive um novo momento no que diz respeito ao tema das imigrações internacionais.

Ao longo dos últimos anos, houve um movimento crescente de grupos estrangeiros no Brasil, advindos tanto de países desenvolvidos quanto de países subdesenvolvidos. Segundo dados do Conare (Comitê Nacional para Refugiados) e do Ministério da Justiça, só entre os anos de 2010 e 2012, o número de pessoas pedindo refúgio para o Brasil triplicou.

A tendência é que as imigrações atuais no Brasil continuem aumentando, sobretudo de populações advindas de países subdesenvolvidos ou com uma precária situação econômica, além de povos de regiões marcadas por grandes conflitos, com destaque para povos da Palestina.


Nos últimos anos, uma grande leva de haitianos veio para o Brasil, através da Amazônia, em busca de emprego e melhores condições de vida. Durante a Copa do Mundo de 2014, o mesmo processo ocorreu, destacando-se os imigrantes oriundos de Gana, que se deslocaram para o Brasil em função do torneio, mas não retornaram para o seu país de origem. Outros países que se destacaram no envio de imigrantes foram Bangladesh, Senegal, Angola, entre outros.

Da mesma forma que o número de estrangeiros no Brasil vem aumentando, o número de brasileiros no exterior vem diminuindo. Entre 2004 e 2012, a presença de brasileiros fora do país caiu pela metade, de 4 milhões para 2 milhões, com o principal destino de moradia sendo Portugal.

O que se percebe é que as recentes evoluções do Brasil no cenário econômico, além da relativa prosperidade dos países emergentes frente à crise financeira no mundo desenvolvido, vêm contribuindo para que países em desenvolvimento – principalmente os do grupo do BRICS – tornem-se lugares atrativos para as rotas migratórias internacionais.

Mas a expansão das imigrações atuais no Brasil vem acompanhada por uma série de fatores, a saber:

a) aumento da xenofobia: o Brasil, apesar de sua internacionalmente reconhecida receptividade, vem aumentando os casos de xenofobia, sobretudo para com as populações advindas de países subdesenvolvidos. Para parte da população, os grupos estrangeiros trazem doenças, “roubam” vagas de empregos e “ameaçam” a identidade cultural do país. O curioso é que esses argumentos são semelhantes aos impostos aos brasileiros no exterior, notadamente na Europa.

b) condições de vida precárias: muitos dos estrangeiros no Brasil sofrem com as precárias condições de vida que aqui encontram, sobretudo no momento em que chegam, quando ainda não dispõem de emprego, moradia, comida e dinheiro, além de sequer conhecerem o idioma português. Isso demanda maiores esforços das autoridades para atender as necessidades básicas desses povos, a fim de que condições básicas de direitos humanos sejam cumpridas. Não são poucos os casos de trabalhos análogos ao escravo praticados no país, sobretudo com migrantes haitianos na região Norte.


Imigrantes haitianos alojados em um abrigo improvisado no Acre, em janeiro de 2014 *

c) aumento do tráfico de pessoas: com o Brasil tornando-se um novo centro de atração de imigrantes ilegais, aumenta o número de tráfico de pessoas. Atualmente, os principais esforços do governo brasileiro é de investigar e punir a prática desses grupos, que além de cobrarem alto pela “ajuda” na imigração ilegal, cometem vários crimes contra os direitos humanos durante o percurso.

Muitas pessoas imaginam que os imigrantes sejam prejudiciais para a economia, sobretudo no sentido de elevar o desemprego, mas isso não é totalmente uma verdade. Em muitos casos, registra-se a presença de imigrantes com formação em nível superior ocupando cargos que muitas vezes ficam ociosos por aqui por falta de capacitação técnica, embora o número de pessoas com formação superior no Brasil tenha aumentado significativamente na última década. Além disso, mesmo com o aumento de imigrantes, o desemprego no Brasil vem caindo nos últimos tempos.

Apesar de ser necessário o estabelecimento de um maior controle sobre o número de imigrações atuais no Brasil, além de um maior empenho no combate a quadrilhas de tráfico de pessoas, é preciso também atender as necessidades básicas daqueles que aqui chegam. Um exemplo é o caso dos migrantes advindos do Haiti: eles não poderiam permanecer no Brasil segundo nossas leis de imigração, mas muitos receberam vistos humanitários, haja vista que uma deportação em massa e imediata poderia transformar-se em um terrível crime de violação aos Direitos Humanos.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Canadá receberá 300 mil imigrantes ao ano a partir de 2017

France Presse
Canadá receberá 300 mil imigrantes ao ano a partir de 2017
Justificativa é a pressão econômica ligada ao envelhecimento de população.
Mais da metade será de solicitante de empregos; meta inclui refugiados.

Da France Presse

O Canadá começará a receber um mínimo de 300 mil imigrantes anualmente a partir de 2017 para diminuir a pressão econômica, vinculada ao envelhecimento da população, anunciou nesta segunda-feira (31) o ministro da Imigração, John McCallum.


A cifra, alinhada ao incomum alto número de imigrantes recebidos este ano, está, no entanto, muito abaixo das expectativas depois que um informe na semana passada sugeriu um aumento de 50%, ou seja, até 450 mil imigrantes anualmente.


Se o plano for aplicado, o Canadá estará em vias de triplicar sua população no fim deste século.


"Em 2016, saltamos para 300 mil em grande medida como consequência das nossas ações especiais com relação aos refugiados sírios", disse McCallum.


"O que estou anunciando hoje é que em 2017 fixaremos a cifra de 300 mil como permanente, e se tornará a base do crescimento futuro da imigração", disse, acrescentando que a taxa está "40 mil acima da norma histórica".


Mais da metade dos recém-chegados serão solicitantes de emprego e investidores.


O restante dos recém-chegados inclui cônjuges, filhos ou pais de cidadãos naturalizados, refugiados e outros aceitos por razões humanitárias.


A grande afluência de imigrantes este ano foi especialmente impulsionada pelo reassentamento urgente de 30 mil refugiados sírios em situação desesperadora.