sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A imigração, ontem e hoje






A imigração, ontem e hoje

ESCRITO POR BLOG DO MR. X | 27 SETEMBRO 2010
ARTIGOS - CULTURA
Anteriormente, o imigrante que chegava tinha que se adaptar às leis e costumes do país, ou ao menos aprender o idioma. Hoje em dia, parece ser o contrário: é o país hóspede aquele que tem que se curvar à religião dos recém-chegados para não "ofendê-los".



Séculos atrás, brancos europeus invadiram a América e instalaram colônias, suplantando e/ou misturando-se com a população local de índios e trazendo escravos da África para trabalhar.

Hoje, está havendo uma colonização ao contrário. Árabes, africanos e índios (na forma de mestiços latinos) estão colonizando EUA e Europa. É a vingança dos colonizados.
Alguns dirão que o termo "colonização" é exagerado, já que, ao menos por ora, os imigrantes (legais ou ilegais) estão em posição subserviente. Tudo bem, mas na prática o resultado é o mesmo: uma redução da população nativa e mistura com os novos imigrantes. Imagine que, em vez dos europeus terem descoberto a América, milhares de índios em pirogas tivessem atravessado o Atlântico e ido parar na Europa: é, mais ou menos, o que está acontecendo hoje.

A imigração sempre existe e sempre existiu e sempre existirá, desde que os primeiros hominídeos abandonaram a África e tribos da Ásia atravessaram o estreito de Bering para chegar à América. É natural que as pessoas queiram melhorar de vida e saiam de países pobres para países onde podem ter maiores oportunidades (O Marcelo Augusto tem um bom post sobre isso).

E a vida dos imigrantes sempre foi difícil. Os italianos que chegaram à Argentina e Brasil foram enganados e vilipendiados. Na Argentina, eram ironizados pelo seu sotaque e pelas suas vestimentas. Nos EUA, há incontáveis relatos sobre a difícil vida dos vários grupos de imigrantes que chegaram ao país.

Qual o problema agora? A imigração que ocorre hoje é diferente por qual razão?

Acho que é o seguinte. Anteriormente, os imigrantes enfrentavam grandes dificuldades, e não recebiam ajuda alguma, ao contrário. Só os mais tenazes sobreviviam e prosperavam, mas ainda assim muitos até enriqueceram. Porém, hoje em dia, graças à cultura do coitadismo, grande parte dos imigrantes de terceiro mundo que chegam a países desenvolvidos basicamente recebem subsídio para viver e procriar sem trabalhar, de modo que os mais inúteis são os mais beneficiados. Se chegam ilegalmente, é melhor ainda, são os primeiros da fila.

Os imigrantes legais, pessoas muitas vezes com estudo, conhecimento da língua e capacidade, precisam esperar anos e realizar árduos trâmites burocráticos até obter a residência, isso no caso em que consigam. Tente obterlegalmente a cidadania americana ou de algum país europeu para ver o que é bom para a tosse. E espere sentado, ou vai cansar.

Agora, se você chega como refugiado ou como imigrante ilegal, se está envolvido com drogas, crime, fundamentalismo islâmico ou é apenas um miserável sem estudo, todo o establishment progressista se curva para ajudá-lo, afinal você é uma "vítima do sistema". Às vezes até parece que os progressistas querem mesmo instalar no país as piores pessoas possíveis. Afinal, sejamos sérios, bem menos pessoas nos EUA ou na Europa teriam problemas com uma invasão de engenheiros japoneses ou de modelos suecas. O que incomoda é a "ralé".

(E antes que você me chame de preconceituoso ou de não querer ajudar os pobres, eu digo o seguinte: uma coisa é fazer caridade e ajudar os pobres a melhorar de vida, o que é bom e cristão. Mas imagine que grupo de "maloqueiros" se instale ao lado de sua casa, toque pagode todas as noites, grite, beba, jogue lixo na rua, e ainda tente vender drogas para suas crianças. Agora imagine que esse mesmo grupo se instale dentro da sua casa, e ainda exija que você o sustente. Pois bem, é mais ou menos o que está acontecendo.)

O pior de tudo é que esses imigrantes que não trabalham, envolvem-se com crime ou terrorismo, e recebem ajuda do Estado (isto é, dos nativos que pagam imposto) acham que têm direito a isso e tudo mais.

Vejam o caso desta tia queniana de Obama, que viveu ilegalmente por mais de dez anos nos EUA, mas apesar de sua ilegalidade, recebeu uma casa onde morava gratuitamente e mais 700 dólares mensais, que é mais do que muitos trabalhadores recebem. Este ano, com uma ajudinha dos federais provavelmente influenciada pelo sobrinho presidente, conseguiu sua legalização no país. Em vez de agradecer, ela afirma: "se eu chego como imigrante, o país tem a obrigação de me aceitar como cidadã".

Outra diferença que se percebe é a seguinte: anteriormente, o imigrante que chegava tinha que se adaptar às leis e costumes do país, ou ao menos aprender o idioma. Hoje em dia, parece ser o contrário: é o país hóspede aquele que tem que se curvar à religião dos recém-chegados para não "ofendê-los"; é o país hóspede que tem que colocar cartazes e formulários em espanhol, árabe ou seja qual for o idioma do infeliz sem que este nem mesmo precise aprender o idioma local; é o país hóspede que tem que aceitar como norma os vestuários estranhos dos forasteiros.

Finalmente, outra diferença é a escala: a globalização permite o movimento massivo de pessoas em números jamais vistos (pelo menos um milhão de novos imigrantes chega por ano aos EUA, na Europa há números similares somados à bem maior taxa de natalidade dos muçulmanos).

Talvez o problema mesmo seja a mentalidade marxista de igualitarização entre todos, que levada às últimas conseqüências assume mesmo que os "países ricos" deveriam aceitar e sustentar os milhões de "pobres", e também o Estado de Bem-Estar Social, que não é compatível com a imigração ilimitada, afinal os benefícios são limitados e um dia acabam. Este comercial de um partido sueco ilustra bem a situação.

A imigração em si não é uma coisa negativa, desde que seja feita seguindo certos critérios. O que está ocorrendo hoje em dia não é imigração, é pura e simplesmente terceiromundização (nos EUA) e islamização (na Europa), em nome de uma idéia equivocada de que "todas as culturas são iguais" e de que "todos têm direito a tudo o que quiserem".




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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Imigração no Brasil

















IMIGRAÇÃO NO BRASIL


O intenso processo de imigração no Brasil, principalmente entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX, deixou fortes marcas de mestiçagem e hibridismo cultural, constituindo um importante fator na demografia, cultura, economia e educação deste país

O povoamento pré-colonial

Quando os primeiros portugues aportaram no Brasil, em 22 de abril de 1500, encontraram no território grupos humanos que já viviam ali há pelos menos 10 mil anos. Há diversas teses sobre a origem dos povos indígenas, mas a mais aceita que vieram da Ásia, atravessando o estreito de Bering, que ligava a Sibéria e com a América do Norte. Em 1500, sua população é estimado entre 2 e 5 milhões de indivíduos.

O povoamento português
Imigração Portuguesa para o Brasil durante o Período Colonial
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


Década
Nacionalidade 1500-1700 1701-1760 1808-1817
Portugueses 100.000 600.000 24.000


Até a abertura dos portos ocorrida em 1808, o povoamento europeu no Brasil foi quase que exclusivamente português. Mais de 700.000 portugueses se deslocaram para sua colônia americana neste período. O povoamento lusitano começou efetivamente em 1532, a partir da fundação do povoado de São Vicente. A imigração de lusos no período colonial ficou por muito tempo estagnada, tendo em vista que Portugal tinha uma população muito pequena, e era difícil mandar colonos para o Brasil.

Entre 1500 e 1700, 100.000 portugueses se deslocaram para o Brasil, a maioria dos quais fazia parte da iniciativa privada que colonizou o País: grandes fazendeiros ou empresários falidos em Portugal que, através da distribuição de sesmarias, tentavam se enriquecer facilmente e retornar para Portugal. A colonização de exploração foi característica da colonização ibérica pois, ao contrário dos colonos anglo-saxões que tentavam uma vida melhor nas Américas, os colonos lusos procuravam enriquecemento rápido e retorno quase imediato à Metrópole. Dedicaram-se principalmente à agricultura, baseada no trabalho escravo, inicialmente efetuado por indígenas, mas sobretudo por escravos africanos

No século 18 aportaram no Brasil 600.000 portugueses, atraídos pela exploração de ouro que estava ocorrendo em Minas Gerais. Já não eram exclusivamente fazendeiros e agricultores, ganharam caráter urbano e se dedicaram principalmente à exploração do ouro e ao comércio.

No século 19 o Brasil tornou-se independente, dando fim a colonização portuguesa no País, embora a imigração de portugueses continuasse a crescer gradativamente.

Escravidão africana

Embora freqüentemente não seja vista como uma imigração, a escravidão africana no Brasil foi um movimento imigratório, todavia, foi realizado de forma forçada. Seu início ocorreu na segunda metade do século 16, e desenvolveu-se no século 18 até ser proibida em 1850. Ao todo, entraram no Brasil aproximadamente 3 milhões de africanos na forma de escravos.
O povoamento imigrante no Sul



Pintura retratando a chegada dos primeiros Imigrantes alemães ao Brasil, Rio Grande do Sul, 1824

Após a independência, a imigração passou a fazer parte da política Imperial, pois o Sul do Brasil continuava despovoado e alvo da cobiça dos países vizinhos. O governo passou a incentivar a implantação de núcleo de colonos imigrantes no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A partir de então, imigrantes alemães, italianos e, em menor escala, eslavos passaram a ser atraídos para o Brasil.

A imigração para o Rio Grande do Sul começou em 1824, com a chegada de imigrantes alemães, que fundaram cidades como São Leopoldo e Novo Hamburgo. Os colonos recebiam 27 hectares de terra na região do Vale do Rio dos Sinos, onde podiam dedicar à agricultura. Pouco mais tarde, os alemães ganharam a região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, onde fundaram cidades como Joinville e Blumenau. No Rio Grande do Sul, a colonização alemã se expandiu na direção dos vales dos rios da depressão central, interrompendo-se nas encostas de serras.

A colonização no Sul do Brasil seguiu em ritmo acelerado no entrar da década de 1870, agora efetuada por imigrantes italianos. Todas as colônias foram organizadas da mesma forma: eram divididas em léguas, recortadas no sentido longitudinal por estradas. A maior parte dos colonos se dedicaram à cultura de vinho e ao trabalho nas vinícolas e fundaram cidades como Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Criciúma.

No Paraná, a colonização foi efetuada sobretudo por povos eslavos (poloneses e ucranianos), no final do século 19, onde se dedicaram à agricultura nos arredores de Curitiba (nos vales dos rios Negro e Ivaí).

Mão-de-obra imigrante no café
Imigração para o Brasil, por nacionalidade, por décadas de 1884-1893, 1924-1933 e 1945-1949
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


Década
Nacionalidade 1884-1893 1894-1903 1904-1913 1914-1923 1924-1933 1945-1949 1950-1954 1955-1959
Alemães 22,778 6,698 33,859 29,339 61,723 5,188 12,204 4,633
Espanhóis 113,116 102,142 224,672 94,779 52,405 4,092 53,357 38,819
Italianos 510,533 537,784 196,521 86,320 70,177 15,312 59,785 31,263
Japoneses - - 11,868 20,398 110,191 12 5,447 28,819
Portugueses 170,621 155,542 384,672 201,252 233,650 26,268 123,082 96,811
Sírios e Turcos 96 7,124 45,803 20,400 20,400 N/A N/A N/A
Outros 66,524 42,820 109,222 51,493 164,586 29,552 84,851 47,599
Total 883,668 852,110 1,006,617 503,981 717,223 80,424 338,726 247,944




Um segundo momento importante da história da imigração no Brasil iniciou-se no final do século 19. Esse novo surto imigratório, incentivado pelo governo e pelos senhores do café, foi provocado com o objetivo de substituir a mão-de-obra escrava pela mão-de-obra imigrante. As fazendas de café (principalmente em São Paulo) atraíram 70% dos mais de 5 milhões de imigrantes desembarcados no Brasil nesse período. Esses imigrantes eram, em sua maioria, italianos, mas também haviam portugueses e espanhóis entre eles.

Em 1850, a Lei Eusébio de Queiroz decretava o fim do tráfico de escravos africanos no Brasil. Influenciados pelas teorias racistas que assolavam a Europa, os imigrantistas associavam os negros à indolência e à preguiça e, por isso, precisavam atrair trabalhadores europeus para substituir os escravos. Nas fazendas, organizava-se um sistema de colonato, uma forma de trabalho semi-assalariado. O imigrante e sua família recebiam o salário misto, entre dinheiro e uma pedaço de terra para plantar seu própio sustento. As jornadas de trabalho exaustivas e a exploração por parte dos fazendeiros faziam os imigrantes rapidamente deixarem as colheitas de café e partirem para os centros urbanos, onde se dedicaram ao comércio e à indústria.

A imigração no século 20

No século 20 o Brasil passou por um surto de urbanização. Milhares de pessoas deixaram o campo em busca de melhores condições de vida nas cidades, entre eles, muitos imigrantes. Na cidade de São Paulo, por exemplo, os italianos se aglomeraram em regiões como a Mooca e Bela Vista, formando um grande número de imigrantes urbanos. Com isso, cresceu o número de operários trabalhando na indústria brasileira. Os imigrantes europeus trouxeram idéias novas que estavam acontecendo na Europa, como o anarquismo, sindicalismo, socialismo e formaram greves operárias que rapidamente se alastraram pelo país.

Imigrantes tipicamente urbanos, como os portugueses, sírios, libaneses e espanhóis se dedicaram em grande parte ao comércio nas cidades. O século 20 também viu crescer o número de judeus desembarcados no Brasil, assim como o início da imigração de japoneses, que alcançou grandes números na década de 1930.

A Lei de Cotas e o declínio imigratório

A Lei de Cotas foi revulgada durante o governo de Getúlio Vargas, na década de 1930. Para o governo, não havia mais espaço para os operários imigrantes, que traziam consigo uma longa tradição de lutas sindicais e libertárias. Essa lei dizia que só podiam entrar no Brasil até 2% por nacionalidade do total de imigrantes entrados no país nos últimos 50 anos, apenas os portugueses foram excluídos dessa lei. Com isso, a imigração foi gradativamente decaindo no país embora, somando-se às crises econômicas enfretadas pelo Brasil.

== Portugueses ==

Os portugueses foram o maior grupo de imigrantes recebidos pelos Brasil, pois sua imigração remonta o século 16, quando os primeiros colonizadores começaram a se estabelecer no país. Os primeiros povoados portugueses no Brasil foram criados ao longo do litoral no primeiro século de colonização. Porém, uma grande imigração de portugueses para o Brasil teve início no século XVIII, em razão da descoberta de minas de ouro na colônia e a superpopulação de Portugal.

Após a Independência, em 1822, a imigração cresceu, mas os portugueses perderam o status de colonizadores e tornaram-se imigrantes comuns. No período colonial (1500-1822) entraram no Brasil aproximadamente 700.000 portugueses, e no período imigratório (1822-1960) aproximadamente 1,5 milhão, totalizando 2,2 milhões de imigrantes portugueses.

== Italianos ==

A imigração italiana no Brasil teve início no ano de 1875. Eram oriundos sobretudo do Norte da Itália (Vêneto, Lombardia, Emília-Romanha, etc), seguidas pelas regiões do Sul (Campânia, Calábria, etc). Imigraram inicialmente devido à pobreza na Itália, que logo se somaram às I e II Guerras Mundiais, perseguições políticas, etc. Chegaram em grande número até 1950, quando entraram aproximadamente 1,6 milhão de italianos no Brasil.

Inicialmente se dedicaram à colonização nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, mas a grande maioria foi trabalhar nas plantações de café no Sudeste (São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo). Com o início do século 20, muitos italianos rumaram para as cidades e se tornaram operários, comerciantes, etc.

== Espanhóis ==

A pobreza e o desemprego no campo foram os responsáveis pela imigração espanhola no Brasil. Começaram a chegar na década de 1880, sendo 75% com destino às fazendas de café em São Paulo. Imigraram em grande número para o Brasil até 1950, período em que entraram cerca de 700.000 espanhóis no país e eram principalmente oriundos da Galícia e Andaluzia.

No início do século 20 muitos espanhóis se dedicaram ao trabalho na indústria em São Paulo, onde grande parte dos operários eram espanhóis.

== Alemães ==

A imigração alemã no Brasil ocorreu no período de tempo entre 1824 e 1960, tendo entrado no país aproximadamente 260 mil alemães, sendo a maior parte na década de 1920, quando desembarcaram no Brasil 70 mil alemães. Eram das mais diversas parte da Alemanha, destacando-se as regiões de Hunsrück, Saxônia, Renânia, Holstein e Pomerânia. Concentraram-se sobretudo no Sul do Brasil, onde desde o início do século XIX foram criadas colônias alemães.

Os imigrantes recém-chegados da Alemanha recebiam lotes de terra e se dedicavam à agricultura. A imigração foi interrompida entre 1830 e 1844, devido os conflitos no Sul do Brasil. Aproximadamente cem mil alemães foram assentados em colônias agrícolas no Sul do Brasil durante o século XIX, todavia, nem todos se dedicaram à agricultura, também se dedicaram ao comércio nas cidades. Os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina absorveram a maioria dos imigrantes alemães, embora sua presença se faça notar no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.

O século XX viu crescer o número de judeus que, fugindo as perseguições nazistas, encontraram refúgio no Brasil.

== Japoneses ==

A imigração japonesa no Brasil teve início em 1908, quando os primeiros imigrantes desembarcaram no porto de Santos. Imigraram em grande número até 1940, quando entraram no Brasil cerca de 230.000 japoneses. Eram oriundos das províncias do extremo Sul e extremo Norte do Japão.

A imigração de japoneses inicialmente foi quase toda voltada para o fornecimento de mão-de-obra nas colheitas de café. Porém, a exploração, falta de adaptação e revoltas dos imigrantes japoneses fez o Brasil cancelar a imigração japonesa. Com o fim da I Guerra Mundial, formou-se um enorme fluxo de imigrantes japoneses partindo para o Brasil, em especial para São Paulo e Paraná, muitos dos quais rapidamente saíram do campo e rumaram para as cidades.

== Árabes ==

A imigração árabe no Brasil teve início no final do século XIX, quando o Imperador Dom Pedro II fez uma visita ao Líbano e estimulou a imigração de libaneses para o Brasil. Líbano e Síria foram atacados e dominados pela Turquia, fazendo com que muitos sírios-libaneses imigrassem para o Brasil, muito dos quais possuíam passaporte da Turquia, e eram muitas vezes confundidos com turcos quando chegavam ao Brasil. Até 1930, cerca de 100.000 árabes entraram no Brasil.

A partir do início do século XX a imigração árabe no Brasil cresceu rapidamente, concentrando-se nos grandes centros urbanos, onde se dedicavam sobretudo ao comércio. A maioria dos árabes no Brasil eram cristãos.
Outros

Outras correntes imigratórias recebidas pelo Brasil foram: Poloneses, Ucranianos e Russos, que se concentraram principalmente no Paraná; Austríacos, Belgas, Holandeses, Lituanos e Suíços no Sul; Chineses e Coreanos em São Paulo; entre outros
Os novos imigrantes

Embora já não receba a grande quantidade de imigrantes que entrara no país no início do século 20, o Brasil é ainda um destino de escolha de diversos grupos de imigrantes, principalmente da Ásia e dos vizinhos da América do Sul. A partir da década de 1970, um grande número de muçulmanos libaneses se refugiaram da guerra no Brasil. No mesmo período, deu-se início a imigração de sul-coreanos e chineses, especialmente para São Paulo onde se dedicaram à confecção de roupas. Desde meados da década de 1990, milhares de bolivianos têm entrado no Brasil, na maior parte de forma ilegal. Estima-se que mais de 200.000 bolivianos estejam vivendo ilegalmente na cidade de São Paulo, muitos deles sendo submetidos à jornadas de trabalho semi-escravas em fábricas de roupa.

A partir da década de 1980, devido aos problemas sociais, pela primeira vez na História do Brasil o país passou a mandar trabalhadores para o exterior. As maiores comunidades brasileiras estão nos Estados Unidos da América (750.000 brasileiros), no Paraguai (350.000), Japão (250

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Brasil, a esperança para imigrantes ilegais haitianos



26/12/2011 - Copyleft

Brasil, a esperança para imigrantes ilegais haitianos


Najla Passos
Najla Passos
BRASÍLIA - Brasileia é uma pequena cidade de 20 mil habitantes cravada no sul do Acre, na fronteira com a Bolívia. É bem provável que a imensa maioria dos brasileiros jamais tenha ouvido falar dela. Fora das fronteiras locais, porém, o município faz sucesso. A cidade é a porta de entrada no Brasil de uma rota de imigração ilegal de haitianos para o país.

Hoje, a cidade hospeda 810 haitianos. Uma população que, fugida de um dos lugares mais pobres do mundo, e onde o Brasil é uma referência por comandar tropas de paz das Nações Unidas, sonha com a cidadania brasileira, que lhes daria o direito de trabalhar, de estudar, de usufruir o Sistema Único de Saúde (SUS), enfim, de viver legalmente no país.

O Brasil, porém, não possui um tratado internacional que exima os haitianos de visto de permanência. Eles também não podem ser enquadrados no conceito de “refugiado”, definido pela Convenção de Genebra, que considera como tal toda pessoa obrigada a sair de seu país, sozinha ou em grupo, devido a perseguições de caráter político, racial, de gênero ou religioso.

O combustível da fuga é a miséria. E, quando cruzam a fronteira da Bolívia o Brasil, os haitianos assumem a condição de imigrantes ilegais. Uma situação que também causa problemas para autoridades públicas brasileiras.

Em Brasiléia, 600 haitianos estão hospedados em um hotel do município com despesas pagas pelo governo do Acre. Recebem duas refeições diárias, além de café da manhã. Tudo isso significa um gasto mensal de R$ 1 milhão para os cofres de um dos estados mais pobres do país.

E este não é, nem de longe, o maior problema. “O hotel em que eles estão alojados tem capacidade para 80 pessoas e estão vivendo 800. Não há como cozinhar para tanta gente, os banheiros não comportam. Daqui a pouco, a epidemia de cólera que assola o Haiti chegará até lá”, afirma o senador acreano Aníbal Diniz (PT).

Entre os hóspedes, há 17 mulheres grávidas e crianças em idade escolar. Em Brasiléia, os sistemas públicos de educação e saúde não têm como atender tanta gente. Para conseguir documentos como CPF (Cadastro de Pessoa Física) e carteira de trabalho, precisam esperar cerca de um mês. E as perspectivas são de que o número de haitianos no município aumente cada vez mais.

Informações da Agência Brasileira de Informação (ABIN) e da Polícia Federal (PF) revelam que há 50 haitianos do lado boliviano da fronteira aguardando uma oportunidade para entrar no país. E outros que 200 já deixaram Porto Príncipe, a capital devastada do Haiti, em direção ao Brasil.

A rota identificada pelas autoridades brasileiras mostra que, do Haiti, os imigrantes ilegais seguem para a República Dominicana, que divide a Ilha de São Domingos com o Haiti. De lá, os imigrantes vão para Equador, Peru e Bolívia, até chegar ao Acre. É operada por pessoas conhecidas como “coiotes”, participantes de uma quadrilha que os serviços policias e de inteligência do Brasil tentam desbaratar.

Na cidade amazonense de Tabatinga, tríplice fronteira com Peru e Colômbia, os haitianos também chegam em grandes grupos. Lá, não é o governo do estado que acolhe os imigrantes, mas a sociedade civil organizada, principalmente por meio do trabalho da Pastoral do Migrante, da Igreja Católica.

Levantamento feito pelas Nações Unidas aponta que, atualmente, 1,1 mil haitianos estão na cidade. Em 2010, a Polícia Federal recebeu 476 solicitações de refúgio. Em 2011, foram 1075. Todas elas foram negadas, mas os pleiteadores conseguiram um visto humanitário. Muitos se deslocaram para Manaus, em busca de emprego.

É justamente na capital do Amazonas que se concentra o maior número de haitianos: 3,2 mil, a maioria mantida também pelas igrejas e comerciantes locais. Também há haitianos vivendo em Rio Branco (AC), Porto Velho (RO) e São Paulo (SP). Em todo o país, 3.274 já requereram visto de permanência e 1,3 mil receberam.

Calamidade pública
A pobreza e a miséria que, historicamente, colocam o Haiti no último lugar do ranking de desenvolvimento da América Latina e Caribe dificultam a reconstrução do país, após o terremoto de 2010, que afetou a vida de 3 milhões de haitianos e matou, de imediato, 222 mil pessoas.

“O terremoto foi terrível, mas o país já era miserável antes dele. Outros países que passam por catástrofes naturais, como Chile, conseguem se recuperar. Mas o Haiti, não”, justifica o representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Andrés Ramirez.

Segundo ele, hoje, passados quase dois anos, o Haiti continua sofrendo os efeitos da catástrofe. “Cerca de 300 mil casas foram destruídas. Mais de um milhão de pessoas continuam vivendo em acampamentos, em condições muito precárias. Por isso, o surto de cólera no país”, afirma.

Além disso, a violência vitima, principalmente, as mulheres. “A incidência de gravidez nos acampamentos aumentou de 4% para 12%, principalmente devido aos estupros que ocorrem durante à noite, em função das deficiências de iluminação”, denuncia.

Andrés Rmirez relata que a violência sexual e de gênero tem justificado, inclusive, que outros países aceitem receber os haitianos como refugiados. “Os números são modestos, mas já há 57 na Argentina, 146 no Peru e um no Chile”.

É neste contexto que os haitianos decidem deixar o país. As famílias mais abastados se organizam e enviam alguns membros pra os Estados Unidos. As de menor poder aquisitivo, agora, têm a alternativa de tentar o Brasil, que exige menos recursos e é mais seguro. Nos Estados Unidos, se descobertos, os ilegais são deportados para seus países de origem.

“A maior parte dos imigrantes ilegais haitianos é muito bem qualificada, justamente para conseguir emprego e ajudar a sustentar os que ficaram no Haiti”, diz o presidente do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), Luiz Paulo Teles Barreto, também secretário-executivo do Ministério de Justiça.

O Brasil é ume referência também por liderar, desde 2004, as forças de paz das Nações Unidas que atuam no Haiti. O ministério da Defesa diz que as tropas brasileiras vão deixar aquele país a partir