terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Atrasado no contexto mundial, Brasil estuda agora como atrair imigrantes

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Atrasado no contexto mundial, Brasil estuda agora como atrair imigrantes

Nova lei, sem prazo para ser aprovada, petende acabar com norma obsoleta e restritiva

“É urgentíssimo aprovar a nova lei de imigração”

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Trafego de passageiros no terminal 3 de Guarulhos. / Paulo Fridman/Bloomberg

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Existe um paradoxo que o Governo não discute, nem os estrangeiros que trabalham no país nem os consultores especializados: apesar de necessitar de imigrantes, o Brasil é um país extremamente fechado para eles. Os estrangeiros representam somente 0,3% dos cerca de 200 milhões de habitantes do país, um número historicamente insignificante. A média mundial está em 3%.

Há anos o Brasil pretende inverter sua situação e atrair mão de obra qualificada, mas avança muito mais lentamente do que as necessidades de um mercado que precisaria de seis milhões de profissionais estrangeiros, segundo disse o ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos Marcelo Neri, em 2013. Não é fácil. O Brasil não é atraente para os imigrantes e, segundo a consultoria canadense Brookfield Global Relocation Services, é o segundo país que mais dificuldades impõe aos expatriados, só sendo superado pela China. O gigante da América Latina, construído por estrangeiros e que em 1900 contava com 7% de imigrantes, ocupa a 49ª posição entre os 60 países do ranking do IMD World Competitiveness Yearbook sobre legislação favorável à imigração.


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Haiti-Peru-Brasil

O passo mais importante dos últimos anos foi a aprovação pelo Senado de um projeto de lei que pretende substituir a norma atual, redigida com a pena da ditadura militar, em 1980. O texto, que ainda tem de ser aprovado – algum dia – na Câmara, foi uma proposta do então deputado Aloysio Nunes, do PSDB, em 2013, e representa, segundo os especialistas consultados por este jornal, um avanço que, embora com poucas novidades, põe ordem em uma política extremamente burocrática e obsoleta. A lei atual passa pelos gabinetes de nada menos que cinco instituições: a Polícia Federal, o Ministério da Justiça, o do Trabalho, o de Relações Exteriores e o Conselho Nacional de Imigração.

Os relatos dos imigrantes há muitos anos incluem esperas de quatro semanas somente para agendar a tramitação para obter a carteira de trabalho em São Paulo, a maior receptora de estrangeiros; tradutores voluntários e caos na Polícia Federal, que não tem recursos suficientes para atender ao grande aumento de pedidos de asilo, e peregrinações de sede em sede em busca de informações confiáveis.

"O único problema que encontramos foi que minha namorada não podia trabalhar. Mesmo se casássemos, com meu visto temporário ela não estava autorizada a arrumar um emprego", relata o francês David P, que chegou no Brasil em 2011. "Tivemos que esperar dois anos e a conversão do meu visto temporário em visto permanente para ela poder tirar a carteira de trabalho, e trabalhar. Mas até isso não foi fácil: ela teve que ir à Policia Federal e ao Ministério do Trabalho muitas vezes, pois as informações dadas eram contraditórias. No final, fazendo amizade com um funcionário do ministério, saiu a carteira. Enquanto isso, em outubro de 2014, eu sai da empresa que me contratou e desde então não consegui saber se o meu visto permanente era ainda válido ou não. Recebi informações, inclusive da PF e do Ministério do Trabalho, também contraditórias. Ainda não saí do país desde então, não sei se dará problema ou não...", conta David.

O projeto de lei contempla mudanças importantes para o estrangeiro, como a possibilidade de mudar o status de seu visto sem sair do país, facilita o trabalho dos estudantes durante as férias, protege mais os refugiados e estabelece normas mais claras para o reagrupamento familiar e a concessão de permissões de residência permanente, mas deixa lacunas importantes. “A lei não resolve a validação de diplomas de profissionais estrangeiros, que esperam tempo demais [pode levar anos] para a homologação de seus títulos para poder trabalhar aqui”, lamenta o presidente do Conselho Nacional de Imigração (CNig), Paulo Sérgio de Almeida, firme defensor da aprovação desse texto.

“A lei é importante, mas tem de ser complementada com mais medidas para atrair a mão de obra qualificada que nos interessa e que não temos”, lamenta o diretor de Análises de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas, Marco Aurélio Ruediger. A lei dá um peso importante às questões humanitárias, mas evita as diretrizes mais específicas para os profissionais. “Por que todos os anos se fala de novos projetos para melhorar nossa infraestrutura? Porque não temos. Mesmo tendo dinheiro, ele é mal empregado com métodos de execução atrasados, e isso evolui com a imigração”, completa João Marques, diretor e presidente da EMDOC, uma das principais consultorias de mobilidade global do país.

A consultoria de Marques, com base no IMD World Competitiveness Yearbook, situa o Brasil na 57ª posição entre 60 países, em disponibilidade de mão de obra qualificada. “As leis migratórias estão se equiparando às de países desenvolvidos, mas eles têm necessidades diferentes das nossas. Nós precisamos nos abrir mais”, afirma Antonio Cândido, CEO da consultoria especializada Overseas. “Essa lei não tem nenhuma característica que nos situe como país aberto. Continua sendo rígida”, diz Cândido.

O novo texto também não estabelece que órgão cuidará do quê, uma crítica comum de todos os entrevistados porque não põe ordem na operacionalidade da lei, descentralizada nas mãos de cinco autoridades diferentes.

A lei, “urgentíssima”, segundo Almeida, deveria chegar à Câmara no final de junho, mas os especialistas não acreditam que, com o clima político e econômico do país, vá entrar na pauta tão cedo. “Vejo muita gente dizendo que a lei é inovadora e que vai mudar tudo, mas não acredito que seja uma prioridade para os congressistas. Eu não estou otimista. E é um assunto importante porque o Brasil está completamente fora do contexto mundial em questões de imigração. O Brasil é um país onde o haitiano é regularizado em um dia, mas um empresário leva meses para conseguir isso”, sustenta Marques.

Quando lhe perguntam sobre isso, o brasileiro é claro: 73,7% são a favor da chegada de estrangeiros com elevada qualificação profissional enquanto 74,3% não querem que cheguem imigrantes sem documentação, segundo uma pesquisa da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Alguns estrangeiros que, em tese, são bem-vindos, veem a situação de modo diferente. “Quando fazem essa pergunta, a resposta é fácil para o brasileiro, mas quando a questão envolve diretamente a eles ou ao seu entorno, não se sentem tão cômodos com os estrangeiros. A realidade é que a elite brasileira não quer ver ameaçada sua situação privilegiada, embora isso represente um prejuízo para o desenvolvimento do país”, afirma o espanhol Javier García-Ramos. “Isso se vê mais claramente entre os médicos, advogados e engenheiros.”


Dois anos como imigrante clandestino

O espanhol Antonio [nome fitício] está há dois anos trabalhando no Brasil mas não tem visto. Sem ele também não tem conta em banco, contrato de aluguel no seu nome, contrato de trabalho nem direito à assistência médica. Ele leva uma vida normal e paga suas contas por meio dos amigos, mas de tempos em tempos ele se sente um imigrante clandestino, com todas as letras.

Hoje, segundo seu passaporte, ele está em terra de ninguém. Para este produtor audiovisual poder sair do Brasil e não ser impedido de retornar por ter ficado ilegalmente, precisou pegar um ônibus que em 24 horas o deixou em Foz de Iguaçú, na fronteira com o Paraguai. Ali, ele atravessou a fronteira a pé, carimbou sua saída do país e quando voltou a entrar não validou de novo o passaporte. Assim, para as autoridades ele saiu e não retornou, e sua estada ilegal não ficou registrada nos cadastros migratórios. Em dois anos, Antônio fez essa viagem-ponte quatro vezes.

"É complicado porque todos meus trabalhos são freelance, preciso pedir favores para todo o mundo para pagar minhas contas, não contribuo, mas aqui estou vivendo uma experiência que na Espanha não teria. Trabalho e estou me enriquecendo muito pessoal e culturalmente, estou aprendendo um novo idioma e não fico parado como teria acontecido se tivesse ficado no meu país", explica Antonio, de 30 anos.

Ele desistiu de conseguir um visto. "As vezes que eu perguntei me disseram que era tão complicado que já não faço nem questão. Já vi pessoas que investiram tempo, dinheiro, foram enganadas para conseguir os documentos... Minha empresa é subcontratada por uma maior por períodos curtos e eles não querem investir em me contratar e fazer minha papelada, o que eu entendo, mas não perco a esperança", conta. Antônio, especialmente otimista, lamenta o que ele chama de "dupla moral" quando se trata de acolher estrangeiros no mercado de trabalho.

"Sempre se diz que viemos para roubar o trabalho dos brasileiros, que o que eu faço qualquer outro brasileiro poderia fazer, mas se chego no Brasil e encontro emprego é porque tenho algo que oferecer e sou útil para empresas. Acho que cabemos todos".

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Imigrantes dizem sofrer ameaças e extorsão para poder chegar ao Brasil


Imigrantes dizem sofrer ameaças e extorsão para poder chegar ao Brasil
Mais um ônibus com 44 imigrantes deixou o AC, nesta sexta-feira (22).
'Oro a Deus para que me ajude e eu possa me estabelecer aqui', diz imigrante.

Grupo de 44 imigrantes pretende ficar em Curitiba (PR), Cuiabá (MT), Campo Grande (MS) e Florianópolis (SC) (Foto: Yuri Marcel/G1)

Mais um ônibus com 44 imigrantes haitianos deixou o abrigo montado pelo governo do Acre, em Rio Branco, nesta sexta-feira (22), com destino a estados das regiões Centro-Oeste e Sul do Brasil. Dentro dele, histórias de gente que arriscou a saúde e lançou mão das últimas economias para pagar passagens de avião, ônibus, coiotes e até mesmo policiais estrangeiros. Tudo isso com o objetivo de chegar ao Brasil, conseguir um emprego, e melhorar de vida.

Esse é o caso de Joseph Júnior, de 27 anos, que diz ter sido extorquido durante a viagem. "No Peru tive que pagar U$ 500 para que os policiais permitissem que eu passasse. Cheguei ao abrigo sem dinheiro, com febre e dores de estômago", lembra.
No caminho para o Brasil, o haitiano Joseph Júnior,
de 27 anos, conta que foi extorquido e ficou doente.
Ainda assim, está otimista com a nova vida
(Foto: Yuri Marcel/G1)

Os percalços, todavia, não abalam a esperança do imigrante, que resolveu seguir os passos de um primo e ir para a cidade de Itajaí (SC). "Tenho um primo que vive lá há um ano e 5 meses. Ele me disse que está trabalhando em uma companhia e quem sabe falar espanhol tem mais facilidade para trabalhar", conta.

Para a haitiana Yfaula Casting, de 28 anos, o Brasil representa independência e uma chance de poder dar uma vida melhor para os dois filhos de 9 e 2 anos, que ela deixou no Haiti vivendo com a avó. Por isso, ela não se intimidou diante dos problemas que enfrentou para chegar ao país.

"Quando cheguei ao Peru os coiotes levaram o grupo de imigrantes que eu integrava por um caminho diferente do principal. Eles nos diziam que estávamos ilegais no Peru e que se a polícia nos encontrasse seríamos deportados. Apesar de tudo isso, estou feliz de chegar ao Brasil", afirma.

A imigrante quer seguir para a cidade de Londrina, no Paraná, onde um sobrinho a espera. "Oro a Deus para que me ajude e eu possa me estabelecer aqui para poder sustentar meus filhos", diz.
Novo grupo de imigrantes embarcou para estados
do Centro-Oeste e Sul do Brasil, nesta sexta-feira
(22) (Foto: Yuri Marcel/G1)

Grávida teve que viajar em bagageiro de ônibus, diz imigrante
As histórias de Joseph e Yfaula são apenas dois exemplos dentre muitos que se repetem no abrigo montado pelo governo do Acre, em Rio Branco, como conta Antônio Crispim, um dos coordenadores do espaço.

"Já ouvimos histórias absurdas, como o caso de uma imigrante haitiana grávida de oito meses, que viajou durante três dias no bagageiro de um ônibus, porque diziam que ela seria deportada se fosse pega. Os coiotes colocam medo e fazem pressão psicológica nas pessoas", explica.

Crispim ressalta ainda que o Brasil é visto por muitos imigrantes como um local de prosperidade. "O Brasil é um país emergente, que mesmo na crise está bem além do Haiti e aí eles arriscam tudo nessa viagem", diz.

Com o desgaste sofrido na viagem muitos adoecem. "A maioria dos imigrantes chega muito fragilizada. Imagine passar entre 10 e 30 dias viajando, tendo que se esconder e sendo extorquidos. Muitos chegam com problemas respiratórios, problemas de estômago, diarréia. Então levamos muitos para as Unidades de Pronto Atendimento e Hospital das Clínicas", conta.

Na última quinta-feira (21), após uma reunião com o governador do Acre, Tião Viana, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou que o Brasil deve aumentar o número de vistos para que haitianos entrem legalmente no país. No entanto, não informou de quanto será o aumento, ou quando a iniciativa será posta em prática.

O ministro disse ainda que o governo irá combater de forma "dura" a ação de coiotes, pessoas que cobram para fazer o transporte ilegal de imigrantes para dentro de um país. O porta-voz do governo do Acre, Leonildo Rosas, disse que a expectativa do Estado é que a questão da imigração descontrolada possa ser resolvida. "Esperamos que culmine em uma solução definitiva para esse problema que não é apenas do Acre, mas nacional", afirma.

Segundo ele, o governo do Acre já investiu cerca de R$ 15 milhões no apoio humanitário aos imigrantes, contra R$ 10 milhões que foram enviados pelo governo federal, desde o início do fluxo migratório, em 2010.
Grupo de imigrantes aguarda para poder embarcar no ônibus que sai do abrigo, em Rio Branco, para outros estados (Foto: Yuri Marcel/G1)

Entenda o caso
O Ministério da Justiça anunciou, na terça-feira (19), que um acordo com o governo acreano suspendeu o envio de imigrantes haitianos para a cidade de São Paulo. Segundo o ministério, a transferência "está suspensa até que ações referentes a essa questão estejam bem coordenadas entre os vários órgãos do governo federal, estados e municípios".

Inicialmente, a pasta havia informado que a transferência estava proibida para todos os estados do país. Às 22h10 da terça-feira, porém, o ministério afirmou que o acordo diz respeito apenas à cidade de São Paulo.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que não havia sido informada sobre a chegada de, aproximadamente, 1 mil imigrantes e, por isso, não tinha estrutura para recebê-los. Só na segunda-feira (18), em torno de 80 haitianos desembarcaram na cidade.

"É difícil receber estes haitianos sem termos 15 a 20 dias de antecedência para nos preparamos. São Paulo recebe bem os imigrantes, mas precisa de uma antecedência para planejar, até para conforto dos imigrantes", disse o prefeito Fernando Haddad em entrevista à rádio CBN.
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Já no dia 14 de maio, o governo do Acre se manifestou por meio do porta-voz oficial, Leonildo Rosas. Ele reforçou o informe do Ministério da Justiça sobre a continuidade das viagens para outras cidades e a suspensão das que estavam programadas para São Paulo.

"Houve um acordo comum entre os entes envolvidos – governo federal, São Paulo e Acre – para que haja uma suspensão temporária na ida desses imigrantes, até que se defina o fluxo. O convênio com governo para a ida para outros estados do Centro-Sul permanece. Vale destacar que o destino não é definido pelo governo, os imigrantes dizem para que lugares querem ir", afirmou na ocasião.

Rosas comentou ainda a reclamação do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, sobre não ter sido informado quanto à chegada de imigrantes. Segundo o porta-voz, o estado também não é notificado sobre a chegada das pessoas.

"Os imigrantes quando chegam ao Acre não notificam. Essa medida de informar os estados é do governo federal. Não cabe ao Acre fazer essa mediação. Nós acolhemos os imigrantes. Eles definem para onde vão e o governo federal faz essa mediação", disse.

Com a suspensão das viagens para São Paulo, um aviso foi afixado na entrada do abrigo para imigrantes mantido pelo governo do Acre, em Rio Branco. Entre as seis cidades que podem ser escolhidas estão Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Porto Velho, Cuiabá e Campo Grande.
Equipe da Secretaria de Desenvolvimento Social do Acre (SEDS) confere lista de embarque dos imigrantes (Foto: Yuri Marcel/G1)

Rota de imigração
Imigrantes chegam ao Acre todos os dias através da fronteira do Peru com a cidade de Assis Brasil, distante 342 km da capital. A maioria são imigrantes haitianos que deixaram a terra natal, desde 2010, quando um forte terremoto deixou mais de 300 mil mortos e devastou parte do país. De acordo com dados do governo do estado, entre 2010 e maio de 2015, mais de 38,5 mil imigrantes entraram no Brasil pelo Acre.

Eles vêm ao Brasil em busca de uma vida melhor e de poder ajudar familiares que ficaram para trás. Para chegar até o Acre, eles saem, em sua maioria, da capital haitiana, Porto Príncipe, e vão de ônibus até Santo Domingo, capital da República Dominicana, que fica na mesma ilha. Lá, compram uma passagem de avião e vão até o Panamá. Da cidade do Panamá, seguem de avião ou de ônibus para Quito, no Equador.

Por terra, vão até a cidade fronteiriça peruana de Tumbes e passam por Piura, Lima, Cusco e Puerto Maldonado até chegar a Iñapari, cidade que faz fronteira com Assis Brasil (AC), por onde passam até chegar a Brasiléia.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Cidadania Italiana : Neto ou bisneto de italiana tem direito à cidadania italiana?



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CIDADANIA ITALIANA
Neto ou bisneto de italiana tem direito à cidadania italiana?
by ANA GRASSI on 29/11/2015 0 COMMENTS

Essa é uma dúvida muito frequente, derivada do ‘mito’ de que mulher não transmite a cidadania italiana para os filhos. Vou tentar explicar o tema de um modo simples, e esclarecer queSIM, mesmo que sua descendência italiana tenha origem com sua bisavó, avó ou mãe, VOCÊ PODE TER A CIDADANIA ITALIANA RECONHECIDA!
Até a entrada em vigor da constituição italiana de 1948, a lei que regulava o direito à cidadania previa que os filhos de homens italianos eram considerados, automaticamente, italianos. Já os filhos de mulher italiana, somente seriam considerados italianos em casos muito específicos como, por exemplo, quando o pai era desconhecido.
Além disso, a mulher que se casasse com um estrangeiro perdia a sua cidadania, independente da sua manifestação de vontade e, portanto, as mulheres realmente não transmitiam a cidadania italiana.
Com o advento da constituição italiana, em 01/01/1948, foi reconhecida a igualdade entre mulheres e homens e ambos passaram a transmitir a cidadania italiana para os filhos nascidos a partir dessa data.
Em virtude disso, muitos Comunes e Consulados aceitam, apenas, os pedidos de reconhecimento de cidadania pela via materna para filhos de mulheres italianas nascidos após 1948.
Todavia, os Tribunais Italianos têm assegurado, sistematicamente, esse direito também aos descendentes de mulheres italianas nascidos antes dessa data. Ou seja, todos os descendentes de italianos, sem limite de geração, podem ter sua cidadania reconhecida.
Leia aqui se você tem direito à cidadania italiana.
COMO SABER EM QUAL CASO ME ENQUADRO?
Agora que você já sabe que tem direito ao reconhecimento da cidadania italiana pela via materna, entenda qual é o seu caso com esses exemplos:
EXEMPLO 1
Tem direito ao reconhecimento da cidadania italiana pela via materna, através de procedimento administrativo pelo Consulado ou Comune Italiano:
AVÓ – MÃE/PAI (nascido(a) depois de 1948) – REQUERENTE
EXEMPLO 2
Tem direito ao reconhecimento da cidadania italiana pela via materna, através de procedimento judicial diretamente na Itália:
AVÓ – MÃE/PAI (nascido(a) antes de 1948) – REQUERENTE
QUAL A DIFERENÇA ENTRE O PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E O JUDICIAL?
O procedimento administrativo para o reconhecimento da cidadania italiana pela via materna, é igual àquele aplicado quando a descendência é pela linha paterna e pode ser realizado de dois modos.
O primeiro é através do Consulado Italiano no Brasil, com um tempo de espera de aproximadamente 10 anos para a conclusão.
O segundo, é fazendo o pedido diretamente em um Comune italiano. Nesse caso é necessário viajar até a Itália e o tempo para o reconhecimento varia de 45 a 120 dias úteis a partir da data de protocolo do pedido.
Já o procedimento judicial é aplicável apenas aos casos de pedido de reconhecimento de cidadania italiana, pela via materna, para descendentes de mulheres italianas nascidos antes de 1948. Não existe a necessidade de viajar para a Itália e o processo tem um prazo de duração estimado de 6 meses a 1 ano e meio.
Quer maiores informações sobre o processo de reconhecimento de cidadania? Entre em contato para um primeiro atendimento gratuito e sem compromisso.
(texto de Vannessa Bernardes, advogada da empresa Vero Cidadania Italiana)


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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Brasil atrai nova onda de imigrantes nos útimos anos


Brasil atrai nova onda de imigrantes nos últimos anos
| Câmara Municipal, Prefeito, Vida Pessoal


Estrangeiros tem colocado as terras brasileiras como destino para o novo lar no período recente; em São Paulo (SP), estima-se que haja mais de 300mil


Da redação do MyFunCity

O Brasil tem recebido uma nova onda de imigrantes nos últimos anos. Por razão de problemas no país de origem ou outros motivos, estrangeiros têm procurado as terras brasileiras como destino para uma nova vida.

Conforme o Registro Nacional de Estrangeiros de 2014, mais de 1,7 milhão de imigrantes vivem no país sob o Estatuto do Estrangeiro.

As razões que motivam a vinda de imigrantes para cá variam, sobretudo, entre questões econômicas, conflitos armados, como no caso da crescente quantidade de sírios adentrando o Brasi, e vai até a casos de desastres naturais.

Após o terremoto que atingiu as principais regiões do Haiti, no Caribe, o Brasil é um dos destinos mais procurados pelas pessoas que buscam deixar aquele país. No período recente, o número de haitianos no Brasil saltou de 814, em 2011, para 14.579 em 2013.

Muitos dos estrangeiros procuram as terras brasileiras por que veem aqui oportunidades de trabalho que podem não encontrar em seus países de origem

São Paulo
Entre os destinos mais procurados pelos imigrantes que vêm ao Brasil, está a cidade de São Paulo (SP). Segundo estimativas de entidades da sociedade civil, pelo menos 300 mil estrangeiros viviam na capital paulista no ano de 2013.

O levantamento tem como base as informações da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad) de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que indicam a existência de 223 mil estrangeiros em São Paulo.

Como a estimativa do IBGE tem como base o ano de 2012, acredita-se que hoje, no ano de 2015, o número de imigrantes no município seja relativamente maior.

Quem anda pelas ruas da cidade, reconhece africanos no centro da cidade, haitianos na zona sul ou latinos pelos bairros da zona leste.

(Foto do destaque: fefeio / Flickr)

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A formação da cultura brasileira, indústria e agricultura no Brasil do século XIX.


Imigração e Imigrantes
História da Imigração no Brasil, os imigrantes italianos, espanhóis, alemães, portugueses etc. A formação da cultura brasileira, indústria e agricultura no Brasil do século XIX.



Italianos chegando de trem na Hospedaria dos Imigrantes ( São Paulo - SP)



O que é imigrar



Imigrar, no sentido da palavra propriamente dita, significa entrar em um país que não é o seu de origem para ali viver ou passar um período de sua vida.



História da imigração no Brasil



Podemos considerar o início da imigração no Brasil a data de 1530, pois a partir deste momento os portugueses vieram para o nosso país para dar início ao plantio de cana-de-açúcar. Porém, a imigração intensificou-se a partir de 1818, com a chegada dos primeiros imigrantes não-portugueses, que vieram para cá durante a regência de D. João VI. Devido ao enorme tamanho do território brasileiro e ao desenvolvimento das plantações de café, a imigração teve uma grande importância para o desenvolvimento do país, no século XIX.



Em busca de oportunidades na terra nova, para cá vieram os suíços, que chegaram em 1819 e se instalaram no Rio de Janeiro (Nova Friburgo), os alemães, que vieram logo depois, em 1824, e foram para o Rio Grande do Sul (Novo Hamburgo, São Leopoldo, Santa Catarina, Blumenau, Joinville e Brusque), os eslavos, originários da Ucrânia e Polônia, habitando o Paraná, os turcos e os árabes, que se concentraram na Amazônia, os italianos de Veneza, Gênova, Calábria, e Lombardia, que em sua maior parte vieram para São Paulo, os japoneses, entre outros. O maior número de imigrantes no Brasil são os portugueses, que vieram em grande número desde o período da Independência do Brasil.



Após a abolição da escravatura (1888), o governo brasileiro incentivou a entrada de imigrantes europeus em nosso território. Com a necessidade de mão-de-obra qualificada, para substituir os escravos, milhares de italianos e alemães chegaram para trabalhar nas fazendas de café do interior de São Paulo, nas indústrias e na zona rural do sul do país. No ano de 1908, começou a imigração japonesa com a chegada ao Brasil do navio Kasato Maru, trazendo do Japão 165 famílias de imigrantes japoneses. Estes também buscavam os empregos nas fazendas de café do oeste paulista.



Todos estes povos vieram e se fixaram no território brasileiro com os mais variados ramos de negócio, como por exemplo, o ramo cafeeiro, as atividades artesanais, a policultura, a atividade madeireira, a produção de borracha, a vinicultura, etc.



Atualmente, observamos um novo grupo imigrando para o Brasil: os coreanos. Estes não são diferentes dos anteriores, pois da mesma forma, vieram acreditando que poderão encontrar oportunidades aqui que não encontram em seu país de origem. Eles se destacam no comércio vendendo produtos dos mais variados tipos que vai desde alimentos, calçados, vestuário (roupas e acessórios) até artigos eletrônicos.



Embora a imigração tenha seu lado positivo, muitos países, como por exemplo, os Estados Unidos, procuram dificultá-la e, sempre que possível, até mesmo impedi-la, para, desta forma, tentar evitar um crescimento exagerado e desordenado de sua população. Cada vez mais medidas são adotadas com este propósito e uma delas é a dificuldade para se obter um visto americano no passaporte.



Conclusão: O processo imigratório foi de extrema importância para a formação da cultura brasileira. Esta, foi, ao longo dos anos, incorporando características dos quatro cantos do mundo. Basta pararmos para pensar nas influências trazidas pelos imigrantes, que teremos um leque enorme de resultados: o idioma português, a culinária italiana, as técnicas agrícolas alemãs, as batidas musicais africanas e muito mais. Graças a todos eles, temos um país de múltiplas cores e sabores. Um povo lindo com uma cultura diversificada e de grande valor histórico.



Você sabia?



- Comemora-se em 25 de junho o Dia do Imigrante.



- Comemora-se em 21 e fevereiro o Dia Nacional do Imigrante Italiano.



- Entre os séculos XIX e XX, cerca de 1,5 milhão de imigrantes italianos vieram morar no Brasil.



- Existe um Memorial do Imigrante (museu) situado no bairro da Mooca, na cidade de São Paulo, destinado à pesquisas e exposições sobre o tema da imigração.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Você sabia que muitos brasileiros são descendentes de judeus?


Artigos e estudos

Você sabia que muitos brasileiros são descendentes de judeus?

Um povo para ser destacado dentre as nações precisa conhecer sua identidade, buscando profundamente suas raízes. Os povos formadores do tronco racial do Brasil são perfeitamente conhecidos, como: o índio, o negro e o branco, destacando o elemento português, nosso colonizador. Mas, quem foram estes brancos portugueses? Pôr que eles vieram colonizar o Brasil ? Viriam eles atraídos só pelas riquezas e Maravilhas da terra Pau-Brasil ? A grande verdade é que muitos historiadores do Brasil colonial ocultaram uma casta étnica que havia em Portugal denominada por cristãos-novos, ou seja, os Judeus ! Pôr que ? (responder esta pergunta poderia ser objeto de um outro artigo).

Em 1499, já quase não havia mais judeus em Portugal, pois estes agora tinham uma outra denominação: eram os cristãos-novos. Eles eram proibidos de deixar o país, a fim de não desmantelar a situação financeira e comercial daquela época, pois os judeus eram prósperos. Os judeus sefarditas, então, eram obrigados a viver numa situação penosa, pois, por um lado, eram obrigados a confessar a fé cristã e por outro, seus bens eram espoliados, viviam humilhados e confinados naquela país. Voltar para Espanha, de onde foram expulsos, era impossível, bem como seguir em frente, tendo à vista o imenso oceano Atlântico. O milagre do Mar Vermelho se abrindo, registrado no Livro de Exôdo, precisava acontecer novamente. Naquele momento de crise, perseguição e desespero, uma porta se abriu: providência divina ou não, um corajoso português rasga o grande oceano com sua esquadra e, em abril de 1500, o Brasil foi descoberto.

N a própria expedição de Pedro Álvares Cabral já aparecem alguns judeus, dentre eles, Gaspar Lemos, Capitão-mor, que gozava de grande prestígio com o Rei D. Manuel. Podemos imaginar que tamanha alegria regressou Gaspar Lemos a Portugal, levando consigo esta boa nova: – descobria-se um paraíso, uma terra cheia de rios e montanha, fauna e flora jamais vistos. Teria pensado consigo: não seria ela uma “terra escolhida” para meus irmãos hebreus ? Esta imaginação começou a tornar-se realidade quando o judeu Fernando de Noronha, primeiro arrendatário do Brasil, demanda trazer um grande número de mão de obra para explorar seiscentas milhas da costa, construindo e guarnecendo fortalezas na obrigação de pagar uma taxa de arrendamento à coroa portuguesa a partir do terceiro ano. Assim, milhares e milhares de judeus fugindo da chamada “Santa Inquisição” e das perseguições do “Santo Ofício” de Roma, começaram a colonizar este país.

Afinal, os judeus ibéricos, como qualquer outro judeu da diáspora, procurava um lugar tranqüilo e seguro para ali se estabelecer, trabalhar, e criar sua família dignamente.

O tema é muito vasto e de grande riqueza bibliográfica e histórica. Assim, queremos com esta matéria abordar ligeiramente o referido tema, despertando, principalmente, o leitor interessado que vive fora da comunidade judaica.

Neste pequeno estudo, queremos mencionar a influência judaica na formação da raça brasileira, apresentando apenas alguns fatos históricos importantes ocorridos no Brasil colonial, destacando uma lista de nomes de judeus-portugueses e brasileiros que enfrentaram os julgamentos do “Santo Ofício” no período da Inquisição. Os fatos históricos são muitos e podem ser encontrados em vários livros que tratam com detalhes desse assunto, como já mencionado.

Comecemos, então, apresentando um pequeno resumo da história dos judeus estendendo até ao período do Brasil Colonial.

Desde a época em que o Rei Nabucodonosor conquistou Israel, os hebreus começaram a imigrar-se para a península ibérica. A comunidade judaica na península cresceu ainda mais durante os séculos II e I A.C., no período dos judeus Macabeus. Mais tarde, depois de Cristo, no ano 70, o imperador Tito ordenou destruir Jerusalém, determinando a expulsão de todo judeu de sua própria terra. A derrota final ocorreu com Bar Kochba no ano 135 d.C, já na diáspora propriamente dita. A história confirma a presença dos judeus ibéricos, também denominados “sefaradim”, nessa península, no período dos godos, como comprovam as leis góticas que já os discriminavam dos cristãos. As relações judaico-cristãs começaram a agravar-se rapidamente após a chegada a Portugal de 120.000 judeus fugitivos e expulsos pela Inquisição Espanhola por meio do decreto dos Reis Fernando e Isabel em 31.03.1492. Não demorou muito, a situação também se agravava em Portugal com o casamento entre D. Manoel I e Isabel, princesa espanhola filha dos reis católicos. Várias leis foram publicadas nessa época, destacando-se o édito de expulsão de D. Manoel I. Mais de 190.000 judeus foram forçados a confessar a fé católica, e após o batismo eram denominados “cristãos-novos”, quando mudavam também os seus nomes. Várias atrocidades foram cometidas contra os judeus, que tinham seus bens confiscados, saqueados, sendo suas mulheres prostituídas e atiradas às chamas das fogueiras e as crianças tinham seus crânios esmagados dentro das próprias casas.

O descobrimento do Brasil em 1500 veio a ensejar uma nova oportunidade para esse povo sofrido. Já em 1503 milhares de “cristãos-novos” vieram para o Brasil auxiliar na colonização. Em 1531, Portugal obteve de Roma a indicação de um Inquisidor Oficial para o Reino, e em 1540, Lisboa promulgou seu primeiro Auto-de-fé. Daí em diante o Brasil passou a ser terra de exílio, para onde eram transportados todos os réus de crimes comuns, bem como judaizantes, ou seja, aqueles que se diziam aparentemente cristãos-novos, porém, continuavam em secreto a professar a fé judaica. E é nesses judaizantes portugueses que vieram para o Brasil nessa época que queremos concentrar nossa atenção.

De uma simples terra de exílio a situação evoluiu e o Brasil passou a ser visto como colônia. Em 1591 um oficial da Inquisição era designado para a Bahia, então capital do Brasil. Não demorou muito, já em 1624, a Santa Inquisição de Lisboa processava pela primeira vez contra 25 judaizantes brasileiros (os nomes abaixo foram extraídos dos arquivos da Inquisição da Torre do Tombo, em Lisboa).
Os nomes dos judaizantes e os números dos seus respectivos dossiês foram extraídos do Livro: “Os Judeus no Brasil Colonial” de Arnold Wiznitzer – página 35 – Pioneira Editora da Universidade de São Paulo:

Alcoforada, Ana 11618
Antunes, Heitor 4309
Antunes, Beatriz 1276
Costa, Ana da 11116
Dias, Manoel Espinosa 3508
Duarte, Paula 3299
Gonçalves, Diogo Laso 1273
Favella, Catarina 2304
Fernandes, Beatriz 4580
Lopes, Diogo 4503
Franco, Lopes Matheus 3504
Lopes, Guiomar 1273
Maia, Salvador da 3216
Mendes, Henrique 4305
Miranda, Antônio de 5002
Nunes, João 12464
Rois, Ana 12142
Souza, João Pereira de 16902
Teixeira, Bento 5206
Teixeira, Diogo 5724
Souza, Beatriz de 4273
Souza, João Pereira de 16902
Souza, Jorge de 2552
Ulhoa, André Lopes 5391
Continuando nossa pesquisa, podemos citar outras dezenas e dezenas de nomes e sobrenomes, devidamente documentados, cujas pessoas foram também processadas a partir da data em que a Inquisição foi instalada aqui no Brasil. È importante ressaltar que nesses processos os sobrenomes abaixo receberam a qualificação de “judeus convictos” ou “judeus relapsos” em alguns casos. Por questão de espaço citaremos apenas nesta primeira parte os sobrenomes, dispensando os pré-nomes:

Abreu Álvares Azeredo Ayres
Affonseca Azevedo Affonso Aguiar
Almeida Amaral Andrade Antunes
Araújo Ávila Azeda Barboza
Barros Bastos Borges Bulhão
Bicudo Cardozo Campos Cazado
Chaves Costa Carvalho Castanheda
Castro Coelho Cordeiro Carneiro
Carnide Castanho Corrêa Cunha
Diniz Duarte Delgado Dias
Esteves Évora Febos Fernandes
Flores Franco Ferreira Figueira
Fonseca Freire Froes Furtado
Freitas Galvão Garcia Gonçalves
Guedes Gomes Gusmão Henriques
Izidro Jorge Laguna Lassa
Leão Lemos Lopes Lucena
Luzaete Liz Lourenço Macedo
Machado Maldonado Mascarenhas
Martins Medina Mendes Mendonça Mesquita
Miranda Martins Moniz Monteiro
Moraes Morão Moreno Motta
Munhoz Moura Nagera Navarro
Nogueira Neves Nunes Oliveira
Oróbio Oliva Paes Paiva
Paredes Paz Pereira Perez
Pestana Pina Pinheiro Pinto
Pires Porto Quaresma Quental
Ramos Rebello Rego Reis
Ribeiro Rios Rodrigues Rosa
Sá Sequeira Serqueira Serra
Sylva Silveira Simões Siqueira
Soares Souza Tavares Telles
Torrones Tovar Trigueiros Trindade
Valle Valença Vargas Vasques
Vaz Veiga Vellez Vergueiro
Vieira Villela

(A lista dos sobrenomes citados acima não exclui a possibilidade da existência de outros sobrenomes portugueses de origem judaica. – Fonte: Extraído do livro: “Raízes judaicas no Brasil” – Flávio Mendes de Carvalho – Ed. Nova Arcádia – 1992).

Todos esses judeus brasileiros, cujos sobrenomes estão citados acima, foram julgados e condenados pela Inquisição de Lisboa, sendo que alguns foram deportados para Portugal e queimados, como por exemplo o judeu Antônio Felix de Miranda, que foi o primeiro judeu a ser deportado do Brasil Colônia. Outros foram condenados a cárcere e hábito perpétuo.

Quando os judeus aqui chegavam, desembarcavam na maioria das vezes na Bahia, por ser naquela época o principal porto. Acompanhando a história dessas famílias, nota-se que grande parte delas se dirigia em direção ao sul, muitas vezes fixando residência nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Outros subiam em direção ao norte do país, destacando a preferência pelos Estados de Pernambuco e Pará. Esses estados foram bastante influenciados por uma série de costumes judaicos, que numa outra oportunidade gostaríamos de abordar.

É importante ressaltar que não podemos afirmar que todo brasileiro, cujo sobrenome constante desta lista acima seja necessariamente descendente direto de judeus portugueses.
Para saber-se ao certo necessitaria uma pesquisa mais ampla, estudando a árvore genealógica das famílias, o que pode ser feito com base nos registros disponíveis nos cartórios. Mas, com certeza, o Brasil tem no seu sangue e nas suas raízes os traços marcantes deste povo muito mais do que se imagina, quer na sua espiritualidade, religiosidade ou mesmo em muitos costumes.

Constatamos que o Brasil já se destaca dentre outras nações como uma nação que cresce rapidamente na direção de uma grande potência mundial. A influência histórica judaica-sefardita é inegável. Os traços físicos de nosso povo, os costumes, hábitos e algumas tradições são marcas indubitáveis desta herança. Mas, há uma outra grande herança de nosso povo, a fé. O brasileiro na sua maioria pode ser caracterizado como um povo de fé, principalmente, quando esta fé está fundamentada no conhecimento do Deus de Abraão, Isaque e Jacó, ou seja, no único e soberano Deus de Israel.
Isto sim, tem sido o maior, o melhor e o mais nobre legado do povo judeu ao povo brasileiro e à humanidade.

Fontes Bibliográficas

Os Judeus no Brasil Colonial – Arnold Wiznitzer
Editora Pioneira – SP – 1996
Raízes judaicas no Brasil – Flávio Mendes Carvalho
Editora Nova Arcádia – SP – 1992
Estudos sobre a comunidade judaica no Brasil
Nachman Falbel Fisesp – SP.
Judaizantes e judeus no Brasil – Egon e Frieda Wolff – RJ.
As comemorações natalinas acontecem e julgo oportuno compartilhar deste tema com todos do Corpo do Messias.

Inicialmente gostaria de afirmar bem claro que não tenho a menor intenção em agredir suas tradições e seus costumes quanto à comemoração do natal, quer pelos católicos, protestantes, evangélicos, espíritas e por qualquer outra forma mesmo que ela não esteja filiada a uma religião denominada cristã. Mesmo nos países orientais de religião predominantemente budista muitos celebram a festa de natal.

Portanto, o objetivo de minha mensagem é esclarecer os fatos históricos, confrontar tradições e costumes com os ensinamentos bíblicos e deixar que cada leitor tire suas próprias conclusões, sem com isto, querer impor à ninguém aceitar meu ponto de vista.

Se você ler esta mensagem com este espírito com certeza tirará bom proveito.

Pensando bem, o que é o Natal?
Nesta época é comum enfeites nas portas das casas e no seu interior grandes ou pequenas árvores de Natal. Decorações nas ruas da cidade com bolas coloridas variadas, perus, leitões recheados, patos, gansos, muitas nozes, castanhas, passas de uvas, whiskys, champanhe, etc., não faltam para um família de classe média-alta. Enfim, todos dão um jeitinho, nem que seja comer um franguinho com farofa.

Às vezes acontece que muitas pessoas gastam muito dinheiro e herdam uma grande dívida para ser paga em suaves prestações no ano que vem, pois afinal, quem recebe um presente de natal se vê quase na obrigação de retribuir, tudo bem! Mas, quando não se pode, a coisa se complica e constrange até mesmo numa humilhação.

Para as pobres crianças de rua é tempo de tentação, pois vêem presentes e guloseimas expostas nas vitrines das lojas e fica por isso mesmo. Mas com certeza, as esmolas neste tempo se dobram também, pois é Natal. Afinal vamos dar uma trégua às dificuldades e problemas; vamos esquecer um pouquinho das coisas ruins, nos alegrando com a família, desejando a todos um “feliz natal” cheio de saúde, muita paz, e porque não dizer “boas festas”.

Mas afinal, o que se comemora no Natal? Muitos dirão: “Comemora-se o nascimento de Jesus Cristo”. Mesmo para a maioria dos cristãos o que isto significa não é muito fácil de se entender. Mas atualmente, até o Japão que é um país budista, comemora também o Natal. Então se pergunta: “Que espírito é este do Natal”?

Com toda consideração ao leitor, gostaria de compartilhar um pouco sobre as origens da festa natalina, pois não temos a intenção de criticá-lo ou tão pouco condená-lo porque você ainda comemora o Natal. Mas a verdadeira intenção é que você entenda o verdadeiro sentido do Natal, suas tradições e costumes, a fim de que você como salvo no Messias, esteja livre de todo paganismo do mundo hodierno.

Se pesquisarmos um pouco, veremos que o Natal atual tem todas as características de uma festa pagã. Vejamos alguns exemplos:

Pinheiros

Os escandinavos adoravam árvores e sacrifícios eram feitos debaixo das árvores ao deus Thor. A Enciclopédia Barsa descreve que a árvore de Natal tem origem germânica, datando do tempo de São Bonifácio (800 d.C.). Os pagãos germânicos faziam sacrifícios ao carvalho sagrado de Odim (demônio das tempestades) e ao seu filho Thor.

O ato de cortar as árvores para enfeitá-las é bem antigo. Vejamos o que diz o profeta Jeremias (10:3 e 4): “… porque os costumes dos povos são vaidades, pois cortam do bosque um madeiro, obra das mãos do artífice, com machado. Com prata e com ouro o enfeitam, com pregos e com martelos o firmam para que não se movam…”. Quando os pagãos se tornaram cristãos, normalmente sem uma profunda experiência com Yeshua ( Jesus), levaram consigo todos os costumes pagãos.

Presépio

Foi instituído no século XIII por São Francisco de Assis, que quis representar o cenário no qual Yeshua nasceu.

Papai Noel

Noel, em francês, significa Natal. Porém, esta palavra não consta na Bíblia e sua origem, conforme minha pesquisa, é incerta. Há contudo, aqueles que ligam o mito Papai Noel com a lenda de São Nicolau, Bispo de Mira, na Ásia Menor, no século IV. A Holanda o escolheu como patrono das crianças e neste dia era costume dar presentes. Este costume, então, se espalhou pela Europa. Os noruegueses criam que a deusa Hertha aparecia na lareira e trazia consigo sorte para o lar. A lenda conta que as crianças colocavam seus sapatinhos na janela e São Nicolau passava de noite colocando chocolates e caramelos dentro dos sapatos. Tudo isto foi descaracterizando o verdadeiro espírito do Natal.

NASCIMENTO DE YESHUA (JESUS)

Até o ano 300 d.C. o nascimento de Yeshua era comemorado pelos cristãos em diferentes datas.
No ano 354 d.C. o papa Libério, sendo imperador romano Justiniano, ordenou que os cristãos celebrassem o nascimento de Yeshua no dia 25 de dezembro. Provavelmente, ele escolheu esta data porque em Roma já se comemorava neste dia o dia de Saturno, ou seja, a festa chamada Saturnália. A religião mitraica dos persas (inimiga dos cristãos) comemorava neste dia o NATALIS INVICTI SOLIS, ou seja, “O Nascimento do Sol Vitorioso”.
Na tentativa de “cristianizar” cultos pagãos, o clero da era das trevas (de Constantino até a Idade Média) tentou de todas as formas conciliar o paganismo com o cristianismo. Um bom exemplo disto foi a criação dos santos católicos, substituindo as festas e padroeiros pagãos. Vênus, deusa do amor; Ceres, deusa da colheita; Netuno deus do Mar; assim como São Cristovão é o padroeiro dos viajantes; Santa Bárbara, protetora dos trovões e o famoso Santo Antônio é o padroeiro do casamento.
No Brasil ainda foi muito pior quando os santos se misturaram com os demônios e guias do candomblé, umbanda, vodu, etc.
Paulo, na carta aos romanos (1.25) diz que mudaram a verdade de D’us em mentira.

AFINAL, QUANDO NASCEU YESHUA? (Creio eu, ser uma verdade revelada – Hb 1.1)

Lucas foi o evangelista mais minucioso. Vejamos algumas passagens:

Lucas 2.8 – diz que haviam pastores guardando seus rebanhos durante as vigílias da noite. O inverno em Israel é rigoroso e isto é pouco provável que tenha acontecido no inverno.

Lucas 2.1 – diz que César Augusto convocou um recenseamento para o povo judeu. É pouco provável que realizariam um recenseamento no inverno, onde povo deveria percorrer a pé ou no máximo em lombo de animal, grandes distâncias durante o inverno. Além do mais, Yosef (José) não iria expor uma mulher grávida a andar a céu aberto nestas condições.

Lucas 1.5 – diz que naquele exato momento Zacarias servia no templo como sacerdote no turno de ABIAS. Isto é, os sacerdotes se revezavam no templo em turnos, (cada turno tinha um nome; ABIAS era o 8º turno, sendo portanto, um dos 24 turnos de revezamento dos sacerdotes).

Lucas 1.8,9 e 13 – diz que neste exato momento Zacarias recebe a anunciação do nascimento de Yohanam Ben Zechariah (João Batista – filho de Zacarias).

Lucas 1.23 e 24 – diz que Isabel estava grávida de João Batista.

Vejamos, portanto, quando realmente Yeshua(Jesus) nasceu. Analisando atentamente alguns versículos bíblicos, podemos concluir que Yeshua não nasceu em dezembro e sim nos prováveis meses de setembro ou quando muito outubro, meses em que os judeus comemoravam a Festa dos Tabernáculos, como diz João 1.14: “… e a Palavra se fez carne e habitou entre nós…”, “habitou” no original grego é ‘skenesei’ que se traduz como ‘TABERNACULOU’.

Êxodo 12.1 e 2 e Deuteronômio 16.1 – mencionam que a Páscoa é a principal festa do ano e acontece no primeiro mês.

Êxodo 23.15 – diz que Aviv é o primeiro mês do calendário religioso judeu (bíblico).

I Crônicas 24.7-10 – diz que os sacerdotes se revezavam em turnos de dois turnos/mês e que ABIAS era o oitavo turno.

Qual é, portanto, a dedução lógica para descobrir o mês do nascimento de Yeshua (Jesus)?

Nosso D’us, é um D’us lógico e para Ele não há coincidências. É bem provável que o primeiro turno dos sacerdotes deveria começar no primeiro mês religioso do calendário judaico, por quê? Imaginem, se os sacerdotes faziam rodízio para servir no templo, eles deveriam ter um mês de referência para que, antecipadamente, pudessem conhecer seus respectivos turnos e meses nos quais eles (os 24 sacerdotes) fariam o revezamento. E é bem lógico que eles escolheriam o mais importante dos meses judaicos, que era o primeiro mês, Aviv, no qual se comemora Páscoa. Então, se isto é lógico e aceitável, não restam dúvidas que o turno de ABIAS de Zacarias que era o oitavo da escala e coincidiu com o mês chamado TAMUZ. Ora, a Bíblia diz que poucos dias após Zacarias ter recebido a anunciação do anjo sobre o nascimento de João Batista (Yohanam Ben Zechariah), Isabel, sua mulher ficou grávida.

Lucas 1.25 e 36 – diz que estando Isabel no 6º mês de gravidez (mês de Tevet), foi ela visitada por Miriam (Maria mãe de Yeshua) que acabara de ficar grávida. Ora, se contarmos 6 meses no calendário judaico vamos concluir que Maria ficou grávida de Yeshua no mês de TEVET e, se contarmos nove meses a partir de TEVET chegaremos à conclusão que Yeshua HaMashiach (Jesus o Messias) nasceu nos meses de setembro ou no mais tardar em outubro, meses estes que coincidem sempre com o mês do calendário judaico de Tishrei (7º mês do calendário), no qual os judeus comemoram a Festa dos Tabernáculos.

O Calendário judaico é lunar e por isso há diferença entre os meses do calendário gregoriano, que é baseado no sistema solar.

À propósito, no jornal “Estado de Minas” do dia 16 de dezembro de 1990, foi publicada uma matéria pelo Prof. Nelson Travnik, do observatório Municipal de Campinas – SP, que os computadores já calcularam com base em dados astronômicos, que a data provável do nascimento de “cristo” foi em 15 de Setembro do ano 7 E.C.

Não tenho ferramentas ou argumentos científicos para endossar essa data e nem tão pouco informação Bíblica para contradizê-la. Mas, uma coisa eu sei, esta publicação veio exatamente confirmar essa mensagem, na qual eu já cria pela fé e por meio dos fatos bíblicos e históricos aqui mencionados.

CONCLUSÃO:

Fique, portanto, no coração de cada um esta mensagem. Ore a D’us, peça para entendê-la bem. Julgue também a palavra. Mas, tenho certeza que grande libertação virá na sua vida e com certeza você se sentirá mais livre das tradições mundanas, não sendo cúmplice e nem comungando com outros “espíritos” os quais não testemunham da verdade, que é o próprio YESHUA !

Seja sábio! Não saia agora por aí condenando tudo e todos. Você nasceu para ser luz onde há trevas.

Creio, também, não ser essencialmente importante saber ou não que Yeshua nasceu em dezembro.

No Verdadeiro Shalom do Messias, Yeshua HaMashiach. Amém.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Brasil atrai nova onda de imigrantes nos últimos anos


Brasil atrai nova onda de imigrantes nos últimos anos - Câmara Municipal, Prefeito, Vida Pessoal




Estrangeiros tem colocado as terras brasileiras como destino para o novo lar no período recente; em São Paulo (SP), estima-se que haja mais de 300mil


Da redação do MyFunCity

O Brasil tem recebido uma nova onda de imigrantes nos últimos anos. Por razão de problemas no país de origem ou outros motivos, estrangeiros têm procurado as terras brasileiras como destino para uma nova vida.

Conforme o Registro Nacional de Estrangeiros de 2014, mais de 1,7 milhão de imigrantes vivem no país sob o Estatuto do Estrangeiro.

As razões que motivam a vinda de imigrantes para cá variam, sobretudo, entre questões econômicas, conflitos armados, como no caso da crescente quantidade de sírios adentrando o Brasi, e vai até a casos de desastres naturais.

Após o terremoto que atingiu as principais regiões do Haiti, no Caribe, o Brasil é um dos destinos mais procurados pelas pessoas que buscam deixar aquele país. No período recente, o número de haitianos no Brasil saltou de 814, em 2011, para 14.579 em 2013.

Muitos dos estrangeiros procuram as terras brasileiras por que veem aqui oportunidades de trabalho que podem não encontrar em seus países de origem

São Paulo
Entre os destinos mais procurados pelos imigrantes que vêm ao Brasil, está a cidade de São Paulo (SP). Segundo estimativas de entidades da sociedade civil, pelo menos 300 mil estrangeiros viviam na capital paulista no ano de 2013.

O levantamento tem como base as informações da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad) de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que indicam a existência de 223 mil estrangeiros em São Paulo.

Como a estimativa do IBGE tem como base o ano de 2012, acredita-se que hoje, no ano de 2015, o número de imigrantes no município seja relativamente maior.

Quem anda pelas ruas da cidade, reconhece africanos no centro da cidade, haitianos na zona sul ou latinos pelos bairros da zona leste.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

O que aconteceria se não houvesse limites a imigração?


O que aconteceria se não houvesse limites a imigração?
Luis Fajardo BBC Mundo

3 outubro 2015
Image copyright ap Image caption Mundo sem fronteiras? Acadêmicos alertam para benefícios de leis mais brandas de controle à imigração

Há poucos líderes políticos no mundo de hoje que se arriscariam a defender abertamente a imigração sem restrições.


O tema é polêmico, não importa o continente ou o país. O fluxo crescente de imigrantes que chegam à Europa fugindo de guerras e buscando melhores condições de vida deu fôlego novo a este debate. Em diversos países, políticos passaram a abordar a construção de barreiras para limitar o movimento de pessoas.

Divergências culturais e políticas pesam nessa questão. Muitos países, ricos ou pobres, temem que cultura, identidade, religião ou segurança acabem sob risco – e até se perdendo – com a chegada de estrangeiros em massa - especialmente quando esse fluxo acontece de maneira ilegal, como ocorre com milhares de pessoas que arriscam viver sem a documentação correta em outros países.


São questões como essa que fazem com que grande parte da opinião pública adote um viés contrário à imigração.

Mas, apesar de críticas, há acadêmicos que insistem que o argumento econômico favorável à imigração é forte e evidente.

Leia também: Quatro perguntas sobre a crise migratóriaImage copyright AP Image caption Mais de 500 mil imigrantes já cruzaram as fronteiras europeias só em 2015

Para muitos economistas, é óbvio que, tanto o imigrante quanto o país que o recebe, se beneficiam da imigração.

Entre esses que argumentam a favor dos benefícios econômicos de um mundo com menos limites de fronteiras e mais livre circulação estão o professor americano de Harvard, Lant Pritchett, e o professor nascido na Índia e que hoje leciona na Universidade de Columbia, em Nova York, Jagdish Bhagwati.

A BBC conversou com os dois para ouvir por que eles "remam contra a maré" ao defenderem os benefícios da imigração.

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'Todos ganham'

O professor Lant Pritchett, de Harvard, defende o fim quase absoluto das fronteiras. Para ele, os controles imigratórios impedem o bom funcionamento dos mercados.

"Existem grandes benefícios quando se permite o livre comércio entre um país e outro, e isso inclui a questão da mão-de-obra".Image copyright Getty Image caption Imigrantes se acumulan no controle das fronteiras europeias em busca de asilo; Alemanha foi país que mais prometeu acolher os refugiados

Levando esse argumento ao caso extremo, o ideal seria, então, acabar com todas as barreiras existentes para a imigração?

"Nem vale falar sobre isso", responde. "Seria um caso irreal e as considerações políticas e de segurança fariam disso algo impraticável."

Mas sem chegar a esses extremos, o professor de Harvard defende com veemência a retirada da maioria das "travas" à chegada de trabalhadores estrangeiros.

"Um relaxamento substancial nas restrições imigratórias existentes beneficiaria tanto os imigrantes quanto os países que recebem esse imigrantes e até mesmo os países de origem desses imigrantes. É uma situação em que todos ganham", disse.

"Meus estudos indicam que, por cada pessoa de um país em desenvolvimento que se muda para os Estados Unidos, existem ganhos de US$ 15 mil por ano em termos de produtividade".

"Os Estados Unidos são um país muito mais produtivo e a mesma pessoa com a mesma educação poderá ser muito mais produtiva se ela se mudar para lá. Isso faz com que os empresários que a contratam ganhem mais e que também paguem mais. Os ganhos marginais da imigração são astronômicos."

Leia também: Em 10 anos, EUA têm mais mortos em massacres do que em ataques terroristas
E os mais pobres?

Pritchett duvida que haja alguma reforma econômica mais positiva do que a imigração.

"A receita total por todas as demais reformas econômicas discutidas na Organização Mundial do Comércio fica pequena se comparada ao que se ganharia se os países industrializados liberassem uns 3% a mais de força de trabalho para a imigração."Image copyright AFP Image caption Refugiados sírios enfrentam situações precárias para chegar ao continente europeu

No entanto, outros economistas garantem que, apesar de ser possível que a comunidade como um todo se beneficie da imigração, sempre haverá pessoas específicas prejudicadas – em particular os trabalhadores com pouca educação nos países que recebem os imigrantes. Eles veriam suas oportunidades sere diminuídas com a chegada de competência estrangeira no mercado de trabalho.

Mas Pritchett não aceita esse argumento como crítica a uma nova formulação das políticas imigratórias.

"Não usamos esse padrão em nenhuma outra política. Praticamente, não existe nenhuma política que beneficie todas as pessoas sem exceção. A essência da economia é buscar a solução mais eficiente e depois pensar em como compensar as pessoas que podem sair perdendo. Se não for assim, não seria possível implementar nenhuma reforma econômica".

Além disso, ele diz não haver evidência empírica contundente que prove que os trabalhadores locais menos qualificados se veriam prejudicados pela imigração.

"A imigração aumentaria os salários dos americanos como um todo e teria um impacto próximo de zero aos salários dos americanos menos qualificados".

Pritchett alega que os imigrantes não tomam os empregos dos locais, mas sim ocupam as vagas que eles não querem.

Um argumento polêmico porque, do outro lado, os críticos da imigração dizem que se não houver imigrantes, a mão-de-obra fica escassa, e os salários desses empregos mais humildes seriam mais altos, já que precisariam ser atrativos para os moradores locais.

Pritchett discorda. "Na semana passada, fui escalar as montanhas do Estado de Utah e, na solidão desta região do oeste dos Estados Unidos, a 3 mil metros de altura, me encontrei com um pastor de ovelhas peruano. Elevar o salários dos pastores de ovelhas ao nível necessário para convencer um americano a fazer esse tipo de trabalho destruiria essa indústria no país."

Leia mais: Como foto mudou vida de menino filipino que estudava sob luz do McDonald's
Lição dos imigrantes

Jagdish Bhagwati, professor da Universidade de Columbia, também é um defensor ferrenho da liberação da imigração.

Vindo da Índia, ele mesmo chegou aos Estados Unidos como um imigrante altamente qualificado. Mas acredita que a imigração não deve se restringir a especialistas e universitários.Image copyright AFP Image caption Fronteira da Hungria tem recebido milhares de imigrantes

"Tanto a chegada de pessoas altamente qualificadas quanto a de pessoas com baixos níveis de educação suprem necessidades", argumenta.

"Quando os imigrantes chegam para dirigir táxis, como fazem muitos em Nova York, estão demonstrando que existem alternativas distintas para as pessoas de baixa educação e elas não precisam ficar esperando que o governo consiga trabalho para elas. Eles estão virando exemplo para muitos habitantes locais", disse Bhagwati.

"Muitos dos imigrantes começam em pequenos negócios e eles mesmos criam trabalhos. Não há um número fixo de trabalhadores na economia".

Bhagwati também reconhece que esse não é um argumento para remover por completo os controles da imigração.

Ele aceita que existem considerações políticas e sociais que fazem com que isso seja impossível de administrar.

Mas ele defende com veemência a importância de não fechar as portas aos imigrantes, inclusive aos de origem humilde e que têm pouca educação.

"Podem ter mais forme de sucesso, o que é algo que vai passando entre seus familiares. Basta ver as tantas histórias de sucesso de segunda geração de muitas famílias de imigrantes".

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Canadá retira exigência de vistos para brasileiros



Vancouver
DICAS DE QUEM JÁ FOI
ROTEIROS
Canadá retira exigência de vistos para brasileiros


Folhapress


Mudança retira a necessidade de visto no passaporte

O governo canadense vai, a partir de março de 2016, facilitar a viagem para os brasileiros que querem visitar o país. Quem já passou pelo Canadá nos últimos dez anos, ou teve um visto norte-americano válido nesse período, poderá apenas fazer uma pré-autorização online antes de viajar.

A decisão exclui a necessidade do visitante brasileiro ter um visto no passaporte. A medida só é válida para via aérea e, além do Brasil, abrange outros países como Bulgária, México e Romênia.

O objetivo da mudança é expandir o programa ETA (Autorização Eletrônica de Viagem) e trazer benefícios para o visitante que terá acesso ao serviço de forma online, de forma rápida e sem custo.

Para fazer o cadastro é só acessar o site oficial do governo canadense:www.cic.gc.ca/english/visit/eta-start.asp.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Parlamento italiano começa a rever lei de cidadania para descendentes


Parlamento italiano começa a rever lei de cidadania para descendentes
Dupla Nacionalidade


Publicado por Bruno Francisco Nadalin - 3 meses atrás
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A lei que versa sobre o reconhecimento da nacionalidade italiana, começou a ser rediscutida ontem pelo parlamento italiano. A proposta de alteração é completamente contrária à situação da maioria dos que hoje têm direito à cidadania italiana por descenderem, mundo a fora, de imigrantes italianos.

O cerne da proposta é limitar o direito de cidadania até a terceira geração, ou seja, para filhos e netos de italianos, apenas.

Nessa linha, o direito ao reconhecimento da nacionalidade italiana por "jus sanguinis" (ou seja, pelo mero fato de descender de cidadão italiano, independentemente do lugar de nascimento) seria substancialmente alterado, uma vez que hoje esse direito é garantido sem limitação geracional.

Dependendo da corrente que vencer no parlamento italiano, a nova lei poderá fortalecer também o princípio do “jus soli”, tendo em vista as novas levas de imigrantes em território italiano, cujos filhos, nascidos lá, não tem direito à nacionalidade, o que gera grande descontentamento interno e pressão popular. Enfim, o assunto é polêmico na Itália e fora dela.

O lado positivo é a possibilidade de mudanças para se estender o direito à cidadania, por via materna, para casos em que há mulheres nascidas antes de 1948 na linha de sucessão - época em que apenas os homens transmitiam a nacionalidade a seus descendentes. Outra sugestão é devolver a cidadania italiana a quem a perdeu em decorrência de naturalizações nos países para os quais emigraram.

Para o Brasil, que abriga a maior comunidade itálica do mundo - com cerca de 35 milhões de assim chamados “oriundi”, o assunto interessa diretamente, seja para milhares de pessoas que constam nas enormes “filas de espera” diante dos consulados italianos que aqui operam; seja para as milhares que aguardam para entrar nas filas e até agora não o fizeram, desestimuladas pela demora no atendimento - um problema crônico que não foi superado nem com a instituição de uma “task force” que obteve verba orçamentária específica; seja para aqueles que optam por fazer o procedimento diretamente na Itália (que tende a ser muito mais rápido mas obviamente muito mais caro).

Para quem acompanha as notícias sobre cidadania italiana, esta possível mudança já aparecia como rumor há um bom tempo. Entretanto, o governo italiano deu fortes indícios – o próprio adiantamento da discussão pelo parlamento é um fator a ser considerado – de que as mudanças serão aprovadas e que entrarão em vigor mais rápido do que o esperado.

Considerando que no caso brasileiro, 90 por cento dos pretendentes poderão perder esse direito (bisnetos e bisnetas de italianos), talvez esse seja o último momento (para quem conseguir) de finalizar seus processos (via consulado ou diretamente na Itália) e obter o reconhecimento de suas respectivas cidadanias.

Fontes: http://intercambistas.com/2015/06/09/italia-pode-restringir-cidadania-aos-descendentes-de-imigrantes...

http://www.insieme.com.br/noticias/política/parlamento-italiano-comeaaa-rever-lei-da-cidadania-dia...

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Família de Hitler e seus descendentes hoje


Família de Hitler e seus descendentes hoje


Hitler e Eva Braun, sua futura esposa, com quem se casaria, segundo relato, pouco antes da capitulação frente aos aliados

Um assunto bastante curioso e interessante, porém, pouco e até mesmo delicado de se tratar é a questão da família de Hitler e seus descendentes no contexto do pós guerra. Evitado tanto pelo lado daqueles que lutaram contra a Alemanha Nacional-Socialista, quem sabe pelo fato de terem em cheque uma acusação de perseguição infundada e por isso mantenham interesses em ocultar certos segredos, quanto por aqueles que são e foram seus simpatizantes, talvez por falta de informação ou censura.


Muitas foram e ainda são as especulações a cerca da origem do Chanceler alemão e sua descendência. Umas dizem que Hitler teria sangue judeu correndo e suas veias, vindas de seu avô (ou bisavô), ou que seria um membro família Rotschild (banqueiros judeus) ou mesmo que Hitler teria tido filhos e escondido tal fato da mídia, mas que porém, com a queda da Alemanha, os Aliados teriam mantido tais informações sobre controle...Importante mesmo é lembrar que dentro do campo das especulações, principalmente no que diz respeito a historiografia da Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler e o Nacional-Socialismo, encontrasse desde muito antes da guerra, um verdadeiro "Vale-Tudo" de informações e contra-informações utilizadas no intuito de desmoralizar e desmantelar o inimigo. Frutos disso, hoje em dia são não só a repugnante morbidez da historiografia oficial mas muitas teorias de conspiração que agitam sites de internet e livros de ficção cientifica ou com visões "acadêmicas" verdadeiramente esquizofrênicas.


Vamos ao que podemos hoje chamar de fatos: Adolf Hitler era filho de Klara Pölz e Alois Hiedler (ou Hüttler). Seu pai, que nascera com o sobrenome Schickgruber (materno), após comprovar a paternidade de Johann Hiedler (ou Hüttler), seu verdadeiro pai, muda seu sobrenome para o do mesmo e casasse com Klara e por um erro de cartório ocorrido com o nome do esposo herda do marido, assim como ele próprio o sobrenome Hitler.



Árvore genealógica de Adolf Hitler
Fruto do casal são os seus 6 filhos: Gustav, Ida, Otto, Adolf, Edmund e Paula. Dos quais apenas Adolf, o quarto e Paula, a caçula sobreviveram até a idade adulta (coisa comum a época). Além deles, Alois, teve mais dois filhos de um casamento anterior: Angela (1883 - 1949) e Alois Jr. (1882 - 1956), seus dois meio-irmãos dos quais não deixaria de ter contato sempre que possível.

IRMÃ E MEIO-IRMÃOS



Paula Hitler (1896 - 1960)
Sua unica irmã legítima, Paula Hitler, nasceu em Hafeld, Áustria. Após a morte da mãe, Hitler concedeu a sua parte da pensão de órfão à irmã. Ela perdeu o contato com Adolf por muitos anos, incluindo a Primeira Guerra Mundial e o seguimento. Ela disse mais tarde que quando se voltaram a encontrar, na década de 1920, ela ficou surpresa e não o reconhecia, mas ficou encantada quando ele a levou às compras. A partir de 1929 ela só o via uma vez por ano, normalmente em grandes eventos nacionais ou do partido. Em 1936, ele pediu-lhe que ela mudasse o nome para Paula Wolf (alcunha de infância de Hitler, que ele tinha usado na década de 1920, incógnito). Adolf ofereceu-lhe apoio financeiro regular desde o início da década de 1930 até à sua morte em 1945.

Paula trabalhou como secretária num hospital militar até ao fim da Segunda Guerra Mundial. Foi presa pelos Aliados em 1945, foi inquirida e libertada no início do ano seguinte. Ela disse não acreditar que o irmão dela era o responsável pelo Holocausto mas os agentes ignoraram isto considerando que era um ato de lealdade a Hitler. Depois de livre da custódia dos EUA, Paula voltou a Viena onde ela trabalhou em uma loja de artes. Em 1952 ela foi viver em Berchtesgaden, Alemanha, onde levou uma vida em isolamento num apartamento com dois quartos até à sua morte em 1 de Junho de 1960. Paula nunca se casou nem teve filhos. Há algumas evidências de que ela compartilhou com seu irmão fortes convicções nacionalistas, mas não era politicamente ativa. Paula foi sepultada em Berchtesgaden.

Somente seus meio irmãos tiveram filhos: Alois Hitler Jr, conheceu a irlandesa Bridget Dowling na RDS Arena. Fugiram para Londres e casaram em 3 de junho de 1910. O casal estabeleceu-se em Liverpool, onde o filho William Patrick nasceu em 1911. Estabeleceu-se com um pequeno restaurante em Dale Street, uma pensão na Parliament Street e um hotel no Mount Pleasant, mas todos estes empreendimentos falharam. Finalmente ele deixou sua família em maio de 1914 e retornou sozinho para o Império Alemão, para estabelecer-se no negócio de lâminas de barbear. Mas a Primeira Guerra Mundial eclodiu logo depois, isolando Alois na Alemanha e impossibilitando sua mulher e o filho de se juntarem a ele.

Alois Jr. casou-se então com outra mulher, Hedwig Heidemann (ou Hedwig Mickley) do qual gerou Heinrich "Heinz" Hitler. O ardil de Alois Hitler foi descoberto pelas autoridades alemãs e Alois foi processado por bigamia em 1924, mas absolvido devido à intervenção de Bridget em seu nome.

William Patrick ficou com Alois e sua nova família durante as suas primeiras viagens à Alemanha da República de Weimar, no final da década de 1920 e início da década de 1930. Em 1934 Alois estabeleceu um restaurante em Berlim, que tornou-se um local popular das Tropas de Assalto (SA). Alois conseguiu manter o restaurante funcionando durante toda a Segunda Guerra Mundial. No final da guerra foi preso pelos britânicos, mas liberado quando ficou claro que ele não tinha participado do regime de seu meio-irmão Adolf Hitler. Alois morreu de causas naturais, em 1956.

Angela Hitler, que depois se tornaria Angela Franziska Johanna Hammitzsch, e após casar-se com Leo Rudolf Raubal, se tornaria Angela Raubal, teve com seu marido dois filhos: Leo Rudolf Raubal Jr. (1906 - 1977), Elfriede e Angela "Geli" Raubal (1908 - 1931). Por muito tempo, Hitler fora acusado caluniosamente de ter uma relação amorosa com sua meia-sobrinha Geli e de ser o responsável por sua morte. Porém, tudo foi desmentido apenas depois da sua morte porque (segundo o historiador Werner Maser) Leo Jr. afirmou em 1967 que Hitler era "absolutamente inocente".





OS MEIO-SOBRINHOS


Leo Nasceu em Linz (Império Austro-Húngaro).Trabalhou em Salzburgo como professor de química. e visitava sua mãe de forma esporádica, quando morava em Berchtesgaden.


Leo Raubal era, assim como seu primo mais novo, Heinz Hitler, mas ao contrário de William Patrick Hitler, um "sobrinho favorito do líder", e Hitler gostava de passar um tempo com eles.


Antes da guerra, tornou-se gerente da Siderúrgica Linz. Em outubro de 1939, foi convocado para a Luftwaffe e foi tenente do corpo de engenharia. Ele se parecia com Adolf Hitler e, por vezes, atuou como dublê de Hitler durante a guerra.


Leo Hitler Raubal Jr. Foi ferido em janeiro de 1943 durante a Batalha de Stalingrado, e Friedrich Paulus solicitou a Hitler um plano para evacuar Raubal para a Alemanha. Hitler se recusou e Raubal foi capturado pelos soviéticos em 31 de janeiro de 1943. Hitler deu ordens para verificar a possibilidade de uma troca de prisioneiros com os soviéticos com o filho de Josef Stalin, Yakov Dzhugashvili, que estava no cativeiro alemão desde 16 de julho de 1941. Stalin, que não gostava muito de Yakov se recusou a trocá-lo, seja por Raubal ou por Friedrich Paulus, e afirmou "guerra é guerra".


Raubal ficou detido em prisões de Moscou e foi libertado pelos soviéticos em 28 de setembro de 1955, e retornou para a Áustria. Viveu e trabalhou em Linz como professor. Faleceu durante um período de férias na Espanha e foi enterrado em 7 de setembro de 1977, em Linz.


Leo Raubal Jr. teve um filho Pedro Raubal, nascido em 1931. Assim como seu irmão, Elfriede Raubal também teve um de nome Heiner Hochegger, nascido em 1945.


Quanto aos irmãos Heinz e William, filhos de Alois Hitler Jr. eram dois opostos. Heinrich "Heinz" Hitler (1920 - 1942), era filho do segundo casamento de seu pai. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, ingressou na Wehrmacht e serviu na Frente Oriental, onde foi capturado e morto na prisão em 1942.





Heinrich "Heinz" Hitler (1920 - 1942)


Ao contrário de seu meio-irmão, William Patrick Hitler, Heinz era um Nacional-Socialista. Ele participou de uma academia militar da elite SS, o Instituto Nacional de Educação Política (Napola) em Ballenstedt/Saxônia-Anhalt. Aspirando a ser um oficial, Heinz ingressou na Wehrmacht como um suboficial em 1941, e participou da invasão da União Soviética, a Operação Barbarossa. Em 10 de janeiro de 1942, foi capturado pelas forças soviéticas e enviado para a prisão militar de Butyrka em Moscou, onde morreu com 21 anos, depois de vários dias de interrogatório e tortura.


William Patrick "Willy",viveu na Alemanha e no Reino Unido (onde nascera, ao contrário de Heinz).



Inicialmente tentou aproveitar a ascensão de Hitler, mas não conseguir o que eu esperava. Anos mais tarde, ele viajou com a mãe para os Estados Unidos, onde ele iria começar uma nova vida. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, ele serviu na Marinha dos Estados Unidos a serviço dos Aliados e lutou contra o seu próprio tio. Após o fim do conflito, o seu sobrenome foi apagado e adotou o de Stuart-Houston.


William viria a falecer em seu local de nascimento, Liverpool, não sem antes caluniar muito seu tio, em 1987. Ele teve três filhos: Alexander, Louis e Brian.


OS PARENTES DE HITLER ATUALMENTE:


Recentemente uma revista francesa (a revista 'Paris Match') revelou que três familiares do chanceler alemão vivem atualmente nos EUA e nenhum deles tem filhos. Alexander, Louis e Brian vivem em Long Island e levam uma vida semelhante a de muitos norte-americanos. No entanto, vivem com o fardo de ter um dos nomes mais odiados no mundo: "Hitler".


"Teria sido melhor se nós não fossemos descendentes de Hitler", disse Alexander Stuart-Houston a um dos jornalistas da revista francesa.


O repórter perguntou-lhe se era verdade que a família de Adolf Hitler tinha feito um pacto para nunca mais ter filhos. "A única regra que temos", disse ele, é "não falar com os jornalistas".


De acordo com David Gardner, autor de "O Último dos Hitlers", os irmãos nunca assinaram um acordo, mas a verdade é que nenhum é casado e não tem filhos.


Por sua vez, o escritor e historiador espanhol César Vidal lembra que, "atualmente, apenas cinco parentes (diretos, de sangue) de Hitler ainda estão vivos: Alexander, Louis e Brian e dois filhos de sua meia-irmã Angela, Peter Raubal e Heiner Hochegger. Peter Raubal agora é um engenheiro aposentado, sem intenção de perpetuar a raça. Algo semelhante acontece com Heiner Hochegger que nasceu em 1945 e não teve filhos", disse (os últimos dois já são idosos).

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Imigrantes e descendentes mantêm tradições japonesas em Atibaia, SP



Imigrantes e descendentes mantêm tradições japonesas em Atibaia, SP
Cidade conhecida pela produção de flores se desenvolveu com a imigração.
Culinária, arte e ensinamentos são repassados para novas gerações.



Nicole Melhado Do G1 Vale do Paraíba e Região
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Cultura japonesa é preservada pelas famílias e Centro Cultural em Atibaia (Foto: Nicole Melhado/ G1 e Divulgação)

Com cerca de 1.500 famílias de origem japonesa, a cidade de Atibaia, na região bragantina, é uma das maiores colônias japonesas do estado de São Paulo. A preservação da cultura, gastronomia e, sobretudo, dos valores nipônicos estão presentes na vida dos descendentes e na cidade.

Os primeiros japoneses chegaram à região na década de 1930, atraídos pela oportunidade de adquirir terras para cultivar hortaliças e flores. Atualmente, apenas a cidade de Atibaia é responsável pela produção de 23% de toda a produção nacional de flores. No último ano, a Festa de Flores e Morangos, evento tradicional na cidade, atraiu 120 mil visitantes ao município.
Família Oikawa cultiva flores em Atibaia desde
1973 (Foto: Nicole Melhado/ G1)

Na propriedade da família Oikawa, a produção anual chega a 4,3 milhões de hastes de flores - apenas de rosas são 2,3 milhões de unidades. A área tem 16 hectares e 60 funcionários. O cultivo começou com o patriarca da família, Kimio Oikawa, em 1973. Natural de Iwate Ken, nordeste do Japão, Kimio chegou ao Brasil em setembro de 1959, trazendo a esposa Toko.

“Um vizinho do meu patrão em Tóquio me falou sobre o Brasil. Vi no Brasil uma oportunidade de trabalhar com honestidade e me estabilizar. Quando embarcamos já não pensava em voltar, mesmo porque não sabíamos se teríamos dinheiro para isso”, contou com o sotaque carregado.

Kimio voltou ao Japão por quatro vezes, porém sempre a passeio, dando ainda oportunidade aos seis filhos e 11 netos de fazerem o mesmo. A filha Elenice Mie conta que os irmãos buscaram outras ocupações e oportunidades de trabalho, mas quatro deles voltaram a atuar na produção de flores para ajudar na empresa da família. “Cada um acabou encontrando sua vocação, aptidão e administrando um setor. Meu pai nos ensinou que o sol nasce para todos e a vida é feita de oportunidades e trabalho”, disse.

Na casa da família Oikawa, o idioma oficial ainda é o japonês. Pelas paredes, lembranças e na televisão notícias da terra natal. Com um sorriso suave, Kimio San, hoje com 78 anos, afirma que nunca foi um pai rígido, preferiu ser um pai amigo e ensinar por meio de exemplos. Mesmo depois de perder as duas pernas em um acidente, aos 36 anos de idade, ele nunca parou de trabalhar. “Fiquei 18 dias no hospital, quando voltei para casa já voltei ao trabalho. Afinal daqui para cima é tudo normal. Nunca tivemos capital, então o jeito de sustentar a família era através do trabalho”, recordou.
Shugo Izumi e o filho Dai trabalham na arte da
cerâmica (Foto: Nicole Melhado/ G1)

Tradição
Na família Izumi, a arte e o trabalho também são passados de uma geração a outra. Em uma atividade manual que necessita de concentração e habilidade, são produzidas cerca de 2 mil peças de cerâmica por mês, entre utensílios e objetos decorativos.

O desenhista Industrial Rafael Dai, de 27 anos, aprendeu com o pai Shugo Izumi, de 65 anos, a arte da cerâmica. “Ele não fala muito, espera que você formule suas dúvidas e a técnica você assimila durante o trabalho”, explica Rafael.

A filosofia oriental de ensino é usada também nas aulas de japonês na Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Atibaia (Acenbra). A professora Mie Kato Yokomizo, que veio ao Brasil pela primeira vez há 8 anos, compreende, mas fala pouco português. Ela utiliza atividades de pintura, origami e até gastronomia para ensinar o idioma não só aos descendentes, mas aos admiradores da cultura asiática.

“Somente o estudo do idioma não é suficiente. Como poderia explicar o que significa a palavra ‘gostoso’, por exemplo, sem que os alunos experimentassem essa sensação?”, diz Mie Kato.

Música
No Centro de Cultura Japonesa de Atibaia, que conta atualmente com quase 400 sócios, os alunos ainda têm contato com o esporte e a música. O grupo de taikô Kawasuji Seiryu Daiko foi campeão brasileiro em 2005, na Categoria Junior, e representou o Brasil em uma competição no Japão. Ao todo são 70 integrantes em quatro sub-grupos.

Aos alunos, o jovem mestre Jun Aoyama, de 26 anos, transmite os conhecimentos sobre o instrumento de guerra utilizado há mais de 2 mil anos. “Mais do que isso repassamos valores como humildade, respeito e educação ao grupo”, salienta o nissei.

domingo, 30 de agosto de 2015

Atenção aos descendentes de portugueses no Brasil



consulares de cidadania portuguesa.



Atenção aos descendentes de portugueses no Brasil









Há milhões de descendentes de portugueses no Brasil. Você é um deles? Fique alerta. Há um fato atual importante que está passando despercebido e vai influenciar o destino de seus filhos, netos e bisnetos. As vantagens ou desvantagens futuras são definitivas! Vantagens para os atentos, desvantagens para os desatentos. Trata-se de um item da lei portuguesa, como vamos explicar.

A maioria das pessoas conhece as vantagens de se ter a dupla cidadania européia juntamente com a do seu país de origem, que pode ser obtida pelos descendentes de portugueses de quaisquer países da Comunidade Européia (CE), segundo sua a legislação específica. Os filhos, netos e bisnetos passam a ser cidadãos europeus e tem as seguintes regalias:

- Morar e trabalhar legalmente em qualquer país da Europa sem o desconforto de pressões dos departamentos de controle de imigração para deportar os “ilegais”;
- Cruzar toda a Europa livremente a qualquer momento sem vistos e burocracia entre os países. É só comprar a passagem e ir para o aeroporto. Ou seguir de carro;
- Viajar para os EUA, Canadá e Japão (a turismo) com facilidade de vistos, obtidos até pela Internet, ao apresentar o número da identificação.

No caso português, segundo esse item da legislação consular, para que um descendente de portugueses possa obter a cidadania, as pessoas que são o “elo de ligação” entre o descendente e o cidadão português (pai, mãe, avô, avó, bisavô, bisavó), precisam estar vivas. O português mesmo, não precisa estar vivo. Mas se um elo falecer, o descendente perde o direito à cidadania e somente pode “se naturalizar” português, cujo processo é complicado, demorado, corre em Portugal e não no consulado. No final do processo há o risco de a autoridade judiciária de plantão negar a cidadania, afirmando que falta um requisito básico exigido, ou seja, “não há uma forte ligação do requerente com a Comunidade Portuguesa”. E ponto final. O valor já pago é perdido.

Esse é o ponto. Há gerações de pessoas que estão correndo este perigo. Vamos fazer as contas. Exemplos:

Caso 1 – Seu bisavô é português, vivo ou falecido, não importa. Seu avô nasceu no Brasil por volta de 1910. Seu avô tem 90 anos, seu pai 70. Você 40. Se qualquer um deles dois falecer, você perdeu o direito à dupla cidadania. Você e seus filhos e netos. É uma pena. Por isso estamos fazendo este alerta a todos para ficarem atentos.

Caso 2 – Seu pai tem 85 veio para o Brasil com 15 anos em 1940, fugindo da II Guerra. Você tem 65 e tem pressão alta. Se você falecer, a cena se repete: filhos, netos e demais descendentes sem cidadania.

Estes são só exemplos. O seu caso pode ser um pouco diferente mas o risco está aí. Somos normalmente procurados por pessoas preocupadas que “acordaram” quando o avô, ou pai, já está doente, acamado, ou não é mais juridicamente responsável. Ou pior então, quando já faleceu e eles recebem a má notícia: “infelizmente, no seu caso, não é mais possível a dupla cidadania, só a naturalização.”

Então, se você é descendente, fique atento e não perca tempo. Avise também os amigos descendentes. Faça uma corrente positiva de ajuda. As entidades luso-brasileiras são um bom lugar para se prevenir as pessoas. Ou a empresa onde você trabalha. Não podemos nos dar ao luxo de sermos distraídos ou indiferentes quanto ao futuro dos nossos filhos e netos num mundo concorrencial e impessoal como o que vivemos.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Imigrantes e descendentes mantêm tradições japonesas em Atibaia, SP Cidade conhecida pela produção de flores se desenvolveu com a imigração. Culinária, arte e ensinamentos são repassados para novas gerações.


Imigrantes e descendentes mantêm tradições japonesas em Atibaia, SP
Cidade conhecida pela produção de flores se desenvolveu com a imigração.
Culinária, arte e ensinamentos são repassados para novas gerações.



Nicole Melhado Do G1 Vale do Paraíba e Região



Cultura japonesa é preservada pelas famílias e Centro Cultural em Atibaia (Foto: Nicole Melhado/ G1 e Divulgação)

Com cerca de 1.500 famílias de origem japonesa, a cidade de Atibaia, na região bragantina, é uma das maiores colônias japonesas do estado de São Paulo. A preservação da cultura, gastronomia e, sobretudo, dos valores nipônicos estão presentes na vida dos descendentes e na cidade.

Os primeiros japoneses chegaram à região na década de 1930, atraídos pela oportunidade de adquirir terras para cultivar hortaliças e flores. Atualmente, apenas a cidade de Atibaia é responsável pela produção de 23% de toda a produção nacional de flores. No último ano, a Festa de Flores e Morangos, evento tradicional na cidade, atraiu 120 mil visitantes ao município.
Família Oikawa cultiva flores em Atibaia desde
1973 (Foto: Nicole Melhado/ G1)

Na propriedade da família Oikawa, a produção anual chega a 4,3 milhões de hastes de flores - apenas de rosas são 2,3 milhões de unidades. A área tem 16 hectares e 60 funcionários. O cultivo começou com o patriarca da família, Kimio Oikawa, em 1973. Natural de Iwate Ken, nordeste do Japão, Kimio chegou ao Brasil em setembro de 1959, trazendo a esposa Toko.

“Um vizinho do meu patrão em Tóquio me falou sobre o Brasil. Vi no Brasil uma oportunidade de trabalhar com honestidade e me estabilizar. Quando embarcamos já não pensava em voltar, mesmo porque não sabíamos se teríamos dinheiro para isso”, contou com o sotaque carregado.

Kimio voltou ao Japão por quatro vezes, porém sempre a passeio, dando ainda oportunidade aos seis filhos e 11 netos de fazerem o mesmo. A filha Elenice Mie conta que os irmãos buscaram outras ocupações e oportunidades de trabalho, mas quatro deles voltaram a atuar na produção de flores para ajudar na empresa da família. “Cada um acabou encontrando sua vocação, aptidão e administrando um setor. Meu pai nos ensinou que o sol nasce para todos e a vida é feita de oportunidades e trabalho”, disse.

Na casa da família Oikawa, o idioma oficial ainda é o japonês. Pelas paredes, lembranças e na televisão notícias da terra natal. Com um sorriso suave, Kimio San, hoje com 78 anos, afirma que nunca foi um pai rígido, preferiu ser um pai amigo e ensinar por meio de exemplos. Mesmo depois de perder as duas pernas em um acidente, aos 36 anos de idade, ele nunca parou de trabalhar. “Fiquei 18 dias no hospital, quando voltei para casa já voltei ao trabalho. Afinal daqui para cima é tudo normal. Nunca tivemos capital, então o jeito de sustentar a família era através do trabalho”, recordou.
Shugo Izumi e o filho Dai trabalham na arte da
cerâmica (Foto: Nicole Melhado/ G1)

Tradição
Na família Izumi, a arte e o trabalho também são passados de uma geração a outra. Em uma atividade manual que necessita de concentração e habilidade, são produzidas cerca de 2 mil peças de cerâmica por mês, entre utensílios e objetos decorativos.

O desenhista Industrial Rafael Dai, de 27 anos, aprendeu com o pai Shugo Izumi, de 65 anos, a arte da cerâmica. “Ele não fala muito, espera que você formule suas dúvidas e a técnica você assimila durante o trabalho”, explica Rafael.

A filosofia oriental de ensino é usada também nas aulas de japonês na Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Atibaia (Acenbra). A professora Mie Kato Yokomizo, que veio ao Brasil pela primeira vez há 8 anos, compreende, mas fala pouco português. Ela utiliza atividades de pintura, origami e até gastronomia para ensinar o idioma não só aos descendentes, mas aos admiradores da cultura asiática.

“Somente o estudo do idioma não é suficiente. Como poderia explicar o que significa a palavra ‘gostoso’, por exemplo, sem que os alunos experimentassem essa sensação?”, diz Mie Kato.

Música
No Centro de Cultura Japonesa de Atibaia, que conta atualmente com quase 400 sócios, os alunos ainda têm contato com o esporte e a música. O grupo de taikô Kawasuji Seiryu Daiko foi campeão brasileiro em 2005, na Categoria Junior, e representou o Brasil em uma competição no Japão. Ao todo são 70 integrantes em quatro sub-grupos.

Aos alunos, o jovem mestre Jun Aoyama, de 26 anos, transmite os conhecimentos sobre o instrumento de guerra utilizado há mais de 2 mil anos. “Mais do que isso repassamos valores como humildade, respeito e educação ao grupo”, salienta o nissei.