segunda-feira, 14 de março de 2016

Abrigo é fechado e imigrantes devem ser orientados por secretarias no AC



Abrigo é fechado e imigrantes devem ser orientados por secretarias no AC
Somente três imigrantes continuam na Chácara Aliança em Rio Branco.
Estado não deve mais dar abrigo, alimentação ou transporte a imigrantes.




Abrigo foi fechado e imigrantes serão apenas orientados por secretarias (Foto: Quésia Melo/G1)

O abrigo para imigrantes haitianos e senegaleses, que funcionava na Chácara Aliança, em Rio Branco desde 2014, foi fechado no início deste mês. De acordo com o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre (Sejudh), Nilson Mourão, o principal motivo é a redução no número de imigrantes que usam o Acre como rota para entrar no Brasil. Ele conta que atualmente três imigrantes continuam no local, pois já estavam na chácara antes do fechamento.
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Mourão explica que, caso cheguem novos imigrantes no estado, a Sejudh e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds) vão efetuar somente o trabalho de orientação, mas não mais fornecer abrigo, alimentação ou transporte. Além disso, a chácara onde funcionava o abrigo, será devolvida ao proprietário.

"Vamos fazer as orientações nas duas secretarias e muito provavelmente nas rodoviárias, mas ainda estamos buscando o acordo. Seremos apenas um centro de referência em orientação. Quem já estava no abrigo, como esses três imigrantes, continua até sair para outro local. Agora, quem está fora nós orientamos que o abrigo está fechado, se não for assim, a gente não fecha nunca. A chácara será devolvida ao proprietário e está encerrado o abrigo", destaca.

Vistos
O Acre deixou de ser a principal rota para entrada de imigrantes haitianos no país desde que o Brasil ampliou a emissão de vistos pelas embaixadas em Porto Príncipe (Haiti), Quito (Equador) e Lima (Peru).
Abrigo chegou a receber 100 pessoas por dia, mas o cenário atual é bem diferente e local está vazio (Foto: Quésia Melo/G1)

Segundo o Itamaraty, em 28 de setembro de 2015 foi inaugurado em Porto Príncipe, em parceria entre a Embaixada do Brasil no Haiti e a Organização Mundial para a Imigração, um novo centro de atendimento para demandas de vistos de haitianos que querem ir ao Brasil.

Ainda segundo o órgão, em 2015, a média diária de vistos para haitianos foi de aproximadamente 78. As emissões de vistos têm prazos estipulados e seguem as resoluções normativas do Conselho Nacional de Imigração (CNIg).

O abrigo montado em Rio Branco, chegou a receber até 100 haitianos diariamente, mas atualmente o cenário é bem diferente e o local está vazio. "Grande parte dos imigrantes fica no estado para retirar a documentação, espera por dinheiro da família para seguir viagem, mas agora devem seguir seus caminhos, procurar emprego ou ir para o Sul", finaliza Mourão.