sábado, 4 de julho de 2009

Italianos no Brasil




Desembarque de um grupo de italianos no porto de Santos em 1875, bem no início dessa corrente migratória para o Brasil. Na foto superior aparece ao centro Nuncio Tironi, ancestral de tradicional família do ABC paulista.

Esse documento foi expedido em 9/12/1887 na província italiana de Veneza (no distrito de Mirano, município de Salzano).
Embora algumas centenas de italianos viessem para o Brasil desde 1870, a imigração italiana começou efetivamente em 1882. De 1882 a 1891, chegaram a Santos 202.503 italianos, além de 25.925 portugueses, 14.954 espanhóis, 6.196 alemães, 4.118 austríacos, 3.315 russos, 1.922 franceses e 4.263 de outras nacionalidades, totalizando 263.196 imigrantes. Em 1897, na capital paulista, a proporção populacional era de dois italianos para cada brasileiro.


Os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil no ano de 1875, o governo do Brasil estava estimulando a imigração européia, especialmente depois de 1850, época em que o tráfico de escravos foi abolido no Brasil e os europeus estavam tomando o lugar da mão-de-obra escrava.


Os italianos chegaram de início à região sul, onde estavam instalando colônias de imigrantes. No começo do século XIX, o governo brasileiro criou as primeiras colônias. Estas colônias foram fundadas em áreas rurais como a Serra Gaúcha, Garibaldi e Bento Gonçalves. Estes imigrantes eram, na maioria, da região do Vêneto, norte da Itália.


Depois de cinco anos, face ao grande número de imigrantes, o governo teve de criar uma nova colônia italiana em Caxias do Sul. Nestas regiões os italianos começaram a cultivar a uva e produzir vinhos. Atualmente, estas áreas de colonização italiana produzem os melhores vinhos do Brasil. Também em 1875, foram fundadas as primeiras colônias catarinenses em Criciúma e Urussanga e, em seguida, as primeiras do Estado do Paraná.Mesmo tendo sido a região sul que primeiro recebeu os imigrantes italianos, foi a região sudeste que recebeu o maior número de imigrantes oriundos da Itália. Isto se deve ao processo de expansão das fazendas de café, no Estado de São Paulo.


Depois de 1888, quando a escravidão foi abolida, a imigração italiana se converteu em uma grande fonte de mão-de-obra no Brasil. Os italianos começaram a expandir-se por Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. A maioria absoluta teve como destino inicial o campo e o trabalho agrícola. Muitos imigrantes italianos, após trabalhar anos colhendo café, conseguiram juntar dinheiro suficiente para comprar suas próprias terras e tornaram-se fazendeiros, outros partiram para os grandes centros urbanos (como São Paulo), pois as condições de trabalho no campo eram péssimas.


As contínuas notícias de trabalho semi-escravo e condições indignas nas fazendas de café no Brasil fizeram com que os italianos preferissem destinos como a Argentina e os Estados Unidos. A imigração italiana no Brasil continuou até a década de 20, quando o ditador Bento Mussolini, com seu governo nacionalista, começou a controlar a imigração italiana. Com a Segunda Guerra Mundial, a declaração de guerra do Brasil a Itália e a contínua recuperação da economia italiana, a chegada de italianos ao Brasil entrou em decadência.


Dentre as inúmeras contribuições italianas à cultura brasileira podemos citar novas técnicas agrícolas, o uso do “tchau” (ciao) em todo o Brasil, pratos que foram incorporados (pizzas, spagueti e o hábito de comer panetone no natal), novas palavras (paura, polenta, etc.), o enraizamento do catolicismo, incorporando elementos italianos na religião brasileira, etc.